A Última Viagem Do Lusitania

Em 1º de maio de 1915, com a I Guerra Mundial chegando a seu décimo mês, um luxuoso transatlântico, decorado como um palacete inglês, saiu de Nova York com destino a Liverpool, levando um número recorde de bebês e crianças. Era surpreendente que os passageiros estivessem tão tranquilos

, já que os mares ao redor da Inglaterra tinham sido declarados zona de guerra pela Alemanha e havia meses os U-boats alemães levavam terror ao Atlântico Norte. Mas o Lusitania era um dos maiores navios “galgos”, e seu capitão, William Thomas Turner, acreditava piamente no cavalheirismo de guerra que por um século evitara que navios civis fossem atacados.
No caminho para Liverpool, porém, uma série de forças, algumas imensas e outras dolorosamente pequenas — arrogância, segredos, um nevoeiro —, convergiu na rota do Lusitania e de um submarino alemão, culminando em uma das maiores tragédias da história.
Esse episódio é contado de forma impressionante por Erik Larson numa narrativa cheia de glamour e suspense, que revive momentos de figuras célebres da época, como a arquiteta pioneira Theodate Pope e o presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson. O leitor é convidado a visitar os quartos compartilhados da segunda classe e a Sala 40, um misterioso departamento do Almirantado inglês, percorrendo fragmentos que capturam o drama e a carga emocional de um acidente cujo significado mais profundo foi obscurecido pelo tempo.
Comecei a ler sobre o Lusitania por capricho, seguindo minha estratégia de passar o tempo entre a produção de um livro e outro lendo de forma voraz e promíscua. O que descobri me encantou e horrorizou. Eu achava que sabia tudo que havia para se saber sobre o incidente, mas, como acontece com frequência quando me aprofundo na pesquisa de um assunto, logo percebi que estava errado. Acima de tudo, descobri que, sepultada sob os confusos detalhes do episódio — em certo sentido, deliberadamente confusos —, havia esta coisa muito simples e gratificante: uma ótima história.
Mas acrescento logo, como sempre, que esta é uma obra de não ficção.

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A Última Viagem Do Lusitania

Em 1º de maio de 1915, com a I Guerra Mundial chegando a seu décimo mês, um luxuoso transatlântico, decorado como um palacete inglês, saiu de Nova York com destino a Liverpool, levando um número recorde de bebês e crianças. Era surpreendente que os passageiros estivessem tão tranquilos, já que os mares ao redor da Inglaterra tinham sido declarados zona de guerra pela Alemanha e havia meses os U-boats alemães levavam terror ao Atlântico Norte. Mas o Lusitania era um dos maiores navios “galgos”, e seu capitão, William Thomas Turner, acreditava piamente no cavalheirismo de guerra que por um século evitara que navios civis fossem atacados.
No caminho para Liverpool, porém, uma série de forças, algumas imensas e outras dolorosamente pequenas — arrogância, segredos, um nevoeiro —, convergiu na rota do Lusitania e de um submarino alemão, culminando em uma das maiores tragédias da história.
Esse episódio é contado de forma impressionante por Erik Larson numa narrativa cheia de glamour e suspense, que revive momentos de figuras célebres da época, como a arquiteta pioneira Theodate Pope e o presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson. O leitor é convidado a visitar os quartos compartilhados da segunda classe e a Sala 40, um misterioso departamento do Almirantado inglês, percorrendo fragmentos que capturam o drama e a carga emocional de um acidente cujo significado mais profundo foi obscurecido pelo tempo.
Comecei a ler sobre o Lusitania por capricho, seguindo minha estratégia de passar o tempo entre a produção de um livro e outro lendo de forma voraz e promíscua. O que descobri me encantou e horrorizou. Eu achava que sabia tudo que havia para se saber sobre o incidente, mas, como acontece com frequência quando me aprofundo na pesquisa de um assunto, logo percebi que estava errado. Acima de tudo, descobri que, sepultada sob os confusos detalhes do episódio — em certo sentido, deliberadamente confusos —, havia esta coisa muito simples e gratificante: uma ótima história.
Mas acrescento logo, como sempre, que esta é uma obra de não ficção.

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