Caminhos Cruzados

Caminhos Cruzados - Foi em 1934 que ocorreu a Erico Verissimo a idéia de lançar-se a um segundo romance, cujo plano mostrou com certa timidez a Dyonélio Machado, que então trabalhava em sua novela Os Ratos. Incentivado pelo amigo, em três ou quatro meses entregava os originais de Caminhos Cruzados à sua editora.
O sucesso de crítica foi encorajante, embora o de venda no primeiro ano fosse pouco mais do que medíocre. Contudo, o romance tornara-se assunto frequente das rodas literárias, sendo discutido com certo calor, e a Fundação Graça Aranha veio a conceder-lhe em 1935 seu prêmio literário anual.


Caminhos Cruzados era um livro de protesto, com pronunciada tendência à caricatura. Fugia ao rebuscado, aos requintes de psicologia e descritividade. Era direto, apoiado na pura ação, exagerando, em tom de sátira mordente, os traços de nossa sociedade burguesa que mereciam uma denúncia inequívoca. Imediatamente surgiram manifestações de críticos e leitores de escassa percepção, acusando o autor de subverter valores tradicionais do povo brasileiro, defendendo pontos de vista comunistas.
Nas pegadas dessas primeiras reações foi se formando um outro preconceito, este no plano da mera discussão literária: o de que Verissimo teria se valido do Contraponto de Huxley, livro que traduzira para a Globo ainda em 1933, para os efeitos magistrais de construção dos Caminhos Cruzados, os quais lhe tinham granjeado a admiração e o louvor da grande crítica brasileira. Tratava-se, evidentemente, de certa má fé, pois o livro de Verissimo nada tinha em comum com o de Huxley no plano do universo fictício, e é hoje ponto indiscutível que fundo e forma são indissociáveis.
Caminhos Cruzados tem mantido com firmeza a boa posição que conquistou junto à crítica esclarecida. Embora com o aparecimento de Olhai os Lírios do Campo chegasse a se pensar que essa posição pudesse ficar abalada, o romance continuou e continua merecendo a preferência dos estudiosos, que o colocam entre as melhores e mais bem realizadas obras do autor.

   

 

 

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– Foi em 1934 que ocorreu a Erico Verissimo a idéia de lançar-se a um segundo romance, cujo plano mostrou com certa timidez a Dyonélio Machado, que então trabalhava em sua novela Os Ratos. Incentivado pelo amigo, em três ou quatro meses entregava os originais de Caminhos Cruzados à sua editora.
O sucesso de crítica foi encorajante, embora o de venda no primeiro ano fosse pouco mais do que medíocre. Contudo, o romance tornara-se assunto frequente das rodas literárias, sendo discutido com certo calor, e a Fundação Graça Aranha veio a conceder-lhe em 1935 seu prêmio literário anual.
Caminhos Cruzados era um livro de protesto, com pronunciada tendência à caricatura. Fugia ao rebuscado, aos requintes de psicologia e descritividade. Era direto, apoiado na pura ação, exagerando, em tom de sátira mordente, os traços de nossa sociedade burguesa que mereciam uma denúncia inequívoca. Imediatamente surgiram manifestações de críticos e leitores de escassa percepção, acusando o autor de subverter valores tradicionais do povo brasileiro, defendendo pontos de vista comunistas.
Nas pegadas dessas primeiras reações foi se formando um outro preconceito, este no plano da mera discussão literária: o de que Verissimo teria se valido do Contraponto de Huxley, livro que traduzira para a Globo ainda em 1933, para os efeitos magistrais de construção dos Caminhos Cruzados, os quais lhe tinham granjeado a admiração e o louvor da grande crítica brasileira. Tratava-se, evidentemente, de certa má fé, pois o livro de Verissimo nada tinha em comum com o de Huxley no plano do universo fictício, e é hoje ponto indiscutível que fundo e forma são indissociáveis.
Caminhos Cruzados tem mantido com firmeza a boa posição que conquistou junto à crítica esclarecida. Embora com o aparecimento de Olhai os Lírios do Campo chegasse a se pensar que essa posição pudesse ficar abalada, o romance continuou e continua merecendo a preferência dos estudiosos, que o colocam entre as melhores e mais bem realizadas obras do autor.

   

 

 

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