
Todos sabemos e repetimos que as crianças são o nosso futuro. Mas poucos de nós nos dedicamos a entender que as crianças nascem em um mundo velho, com toda a sua história marcada por injustiças, conflitos, contradições, e também por conquistas, sonhos e esperanças.
Assim, pensar em uma política pública para a infância, seja ela de Educação, Saúde, Assistência Social, Cultura ou em qualquer outra área, implica considerar a criança nesse mundo velho e imenso.
O projeto Ler em família: leitura e literatura na primeira infância, realizado pela Fundação Municipal de Cultura em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente/Secretaria Municipal de Políticas Sociais tem como horizonte a participação das crianças, especialmente as de zero a seis anos, na cultura escrita.
Antes e para além de ler e escrever, se em contato com livros e outros bens culturais, as crianças, mesmo as mais pequenininhas, compreendem para que serve a escrita, se apropriam desse registro e ampliam seu repertório simbólico para estar no mundo.
De posse de narrativas distintas, passam a saber, à sua maneira, de outros tempos e outros espaços e, principalmente, que a língua pode ser usada de formas distintas: para comunicar, para contar, para lembrar, para esquecer, para pensar, para dizer e também para silenciar (ou ser silenciado).
A publicação de As Crianças E Os Livros representa, além do registro das reflexões geradas no âmbito do Ler em família, o desejo da Fundação Municipal de Cultura e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de partilhar essa experiência com professores, bibliotecários, pesquisadores, mediadores de leitura, estudantes, agentes públicos e comunitários, enfim, com todos aqueles que entendem que a participação na cultura escrita é condição sine qua non para o desenvolvimento humano.
