Carta Sobre A Felicidade (A Meneceu)

Ao lado de uma Carta a Heródoto, tratando da física atômica, e de uma Carta a Pítocles, a propósito dos fenômenos celestes, esta Carta a Meneceu, de Epicuro a outro de seus discípulos, é mais conhecida como Carta sobre a felicidade, já que versa justamente sobre a conduta humana tendo em vista alcançar a tão almejada "saúde do espírito".


Inicia-se a carta por uma decidida exortação ao exercício da filosofia, considerada desde logo como uma disciplina cuja única meta é justamente tornar feliz o homem que a pratica, de tal modo que este deve cultivá-la durante todo o transcurso de sua existência, desde a mais tenra juventude até a idade mais avançada. Após esse exórdio, o filósofo passa a transmitir para o discípulo aqueles tópicos que considera essenciais para essa busca permanente da felicidade, a começar pela crença na existência dos deuses, considerados entes imortais e bem-aventurados.
No tópico seguinte, aparece a morte, apresentada como o mais aterrador dos males. Torna-se absolutamente necessário vencer esse medo da morte; ninguém deve temê-la, uma vez que não há nenhuma vantagem em viver eternamente: o que importa não é a duração, mas a qualidade da vida.
Desfilam, em seguida, as várias modalidades de desejo, acompanhadas da necessidade imperiosa de controlá-lo, tendo em mira tanto a saúde do corpo quanto a tranquilidade do espírito, o que, por outro lado, não deixa de ser também uma boa definição do próprio prazer, tal como Epicuro o concebe. O prazer, como bem principal e inato, não é algo que deva ser buscado a todo custo e indiscriminadamente, já que às vezes pode resultar em dor. Do mesmo modo, uma dor nem sempre deve ser evitada, já que pode resultar em prazer.
De qualquer maneira, recomenda-se uma conduta comedida em relação aos prazeres, valendo, para este caso, aquele mesmo princípio da qualidade em detrimento da quantidade.
Finalmente, o homem sábio, para Epicuro, jamais deve acreditar cegamente no destino e na sorte como se estes fossem fatalidades inexoráveis e sem esperança, parecendo despontar aqui aquela sua crença na vontade e na liberdade do homem.
Eis aí, em suma, os pontos essenciais sobre os quais Epicuro exorta Meneceu, garantindo-lhe que a prática correta de tais ensinamentos será capaz não só de levá-lo à mais completa felicidade, mas até mesmo a sentir-se como um deus imortal entre os homens mortais.

  

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Ao lado de uma Carta a Heródoto, tratando da física atômica, e de uma Carta a Pítocles, a propósito dos fenômenos celestes, esta Carta a Meneceu, de Epicuro a outro de seus discípulos, é mais conhecida como Carta sobre a felicidade, já que versa justamente sobre a conduta humana tendo em vista alcançar a tão almejada “saúde do espírito”.
Inicia-se a carta por uma decidida exortação ao exercício da filosofia, considerada desde logo como uma disciplina cuja única meta é justamente tornar feliz o homem que a pratica, de tal modo que este deve cultivá-la durante todo o transcurso de sua existência, desde a mais tenra juventude até a idade mais avançada. Após esse exórdio, o filósofo passa a transmitir para o discípulo aqueles tópicos que considera essenciais para essa busca permanente da felicidade, a começar pela crença na existência dos deuses, considerados entes imortais e bem-aventurados.
No tópico seguinte, aparece a morte, apresentada como o mais aterrador dos males. Torna-se absolutamente necessário vencer esse medo da morte; ninguém deve temê-la, uma vez que não há nenhuma vantagem em viver eternamente: o que importa não é a duração, mas a qualidade da vida.
Desfilam, em seguida, as várias modalidades de desejo, acompanhadas da necessidade imperiosa de controlá-lo, tendo em mira tanto a saúde do corpo quanto a tranquilidade do espírito, o que, por outro lado, não deixa de ser também uma boa definição do próprio prazer, tal como Epicuro o concebe. O prazer, como bem principal e inato, não é algo que deva ser buscado a todo custo e indiscriminadamente, já que às vezes pode resultar em dor. Do mesmo modo, uma dor nem sempre deve ser evitada, já que pode resultar em prazer.
De qualquer maneira, recomenda-se uma conduta comedida em relação aos prazeres, valendo, para este caso, aquele mesmo princípio da qualidade em detrimento da quantidade.
Finalmente, o homem sábio, para Epicuro, jamais deve acreditar cegamente no destino e na sorte como se estes fossem fatalidades inexoráveis e sem esperança, parecendo despontar aqui aquela sua crença na vontade e na liberdade do homem.
Eis aí, em suma, os pontos essenciais sobre os quais Epicuro exorta Meneceu, garantindo-lhe que a prática correta de tais ensinamentos será capaz não só de levá-lo à mais completa felicidade, mas até mesmo a sentir-se como um deus imortal entre os homens mortais.

  

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