Umbigos Enterrados

A obra tem como objetivo geral verificar como se dá a produção da pessoa Capuxu à luz da análise dos processos de fabricação dos corpos das crianças.

Ao apresentar esta rica etnografia sobre o povo Capuxu do sertão paraibano, Emilene Leite de Sousa comprova a fertilidade de uma investigação antropológica com foco em crianças. A beleza e a fluidez do texto permitem aos leitores percorrer temas densos e caros para a antropologia, nem sempre abordados nos estudos sobre infância, como questões relativas ao parentesco, à onomástica, à territorialidade e à etnicidade.

Aliada a uma investigação cuidadosa sobre as noções de pessoa e corporalidade, a etnografia também aponta para a possibilidade de diálogos entre estudos do campesinato e da etnologia indígena. Tudo isso é tratado tendo as crianças como foco e como interlocutoras.

Esta é uma tese sobre como a pessoa Capuxu é construída a partir de processos de produção de corpos na infância. O povo Capuxu, um grupo camponês endogâmico que habita o Sítio Santana-Queimadas no sertão da Paraíba, preocupado com a perpetuação do ethos camponês e da identidade Capuxu, submete as crianças a processos constantes de produção de seus corpos, para a garantia do bem estar da pessoa, bem como para a manutenção dos sinais diacríticos que caracterizam o grupo.

Através do objetivo geral de verificar como se dá a produção da pessoa Capuxu à luz da análise dos processos de fabricação dos corpos das crianças, esta tese apresenta uma etnografia desta construção da pessoa em seus vários aspectos. E procura mostrar como estes processos de construção da pessoa Capuxu por meio do corpo estão atrelados às noções de identidade, à aprendizagem, ao trabalho agrícola, a uma dieta alimentar específica, ao uso dos recursos naturais e também à relação que se estabelece com o sobrenatural, a partir de uma preocupação exaustiva com a alma, protegida e cuidada por orações e benzimentos.

O sistema de nominação - vinculado aos sistemas de parentesco e apadrinhamento - são também compreendidos como parte deste processo. Esta tese se insere nas discussões sobre corpo, infância e identidade para dar conta da construção da pessoa Capuxu. A pesquisa foi embasada em discussões teóricas sobre o corpo e a pessoa, inspirada na etnologia indígena, dialogando com a antropologia da criança e do campesinato e com as discussões sobre etnicidade.

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Aliada a uma investigação cuidadosa sobre as noções de pessoa e corporalidade, a etnografia também aponta para a possibilidade de diálogos entre estudos do campesinato e da etnologia indígena. Tudo isso é tratado tendo as crianças como foco e como interlocutoras.

Esta é uma tese sobre como a pessoa Capuxu é construída a partir de processos de produção de corpos na infância. O povo Capuxu, um grupo camponês endogâmico que habita o Sítio Santana-Queimadas no sertão da Paraíba, preocupado com a perpetuação do ethos camponês e da identidade Capuxu, submete as crianças a processos constantes de produção de seus corpos, para a garantia do bem estar da pessoa, bem como para a manutenção dos sinais diacríticos que caracterizam o grupo.

Através do objetivo geral de verificar como se dá a produção da pessoa Capuxu à luz da análise dos processos de fabricação dos corpos das crianças, esta tese apresenta uma etnografia desta construção da pessoa em seus vários aspectos. E procura mostrar como estes processos de construção da pessoa Capuxu por meio do corpo estão atrelados às noções de identidade, à aprendizagem, ao trabalho agrícola, a uma dieta alimentar específica, ao uso dos recursos naturais e também à relação que se estabelece com o sobrenatural, a partir de uma preocupação exaustiva com a alma, protegida e cuidada por orações e benzimentos.

O sistema de nominação – vinculado aos sistemas de parentesco e apadrinhamento – são também compreendidos como parte deste processo. Esta tese se insere nas discussões sobre corpo, infância e identidade para dar conta da construção da pessoa Capuxu. A pesquisa foi embasada em discussões teóricas sobre o corpo e a pessoa, inspirada na etnologia indígena, dialogando com a antropologia da criança e do campesinato e com as discussões sobre etnicidade.

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