O livro organizado por Edgleide de Oliveira Clemente da Silva, Ivanildo Gomes dos Santos e Suzana Lopes de Albuquerque, sob o ilustrativo título A História Da Educação Em Manuscritos, Periódicos E Compêndios Do XIX E XX, corresponde ao que há de mais fértil na produção da história da educação brasileira.
A coletânea visa revisitar a História da Educação brasileira através da lente dos periódicos, manuscritos e compêndios dos séculos XIX e XX, trazendo à tona discussões que permearam a instrução nas diferentes províncias e por diferentes atores sociais do nosso país.
Para tanto, estão apresentados trabalhos que se dedicam a analisar por diferentes lentes e fontes a conjuntura sociocultural que embasa a formalização do processo de escolarização no Brasil Imperial.
Carregadas de sentidos, normas, regras e saberes, desde a sua gênese e constituição, a escola de ontem e de hoje reflete os ideais de uma época e de um lugar.
São apresentados os vestígios de uma educação não dirigida por religiosos na instrução pública alagoana; a circulação da Filosofia Panecástica de Joseph Jacotot no periódico Sciencia (1847-1848), na corte imperial; os embates decorrentes no campo pedagógico e da medicina; a vida, obras literárias e atuação de duas professoras primárias alagoanas que marcaram presença em um cenário de publicação masculina ou dos representantes da intelligentsia brasileira; a obra e vida de Thomaz Espindola e a geografia escolar do Império brasileiro a partir do compêndio: “Elementos de Geografia e Cosmografia oferecidas à Mocidade Alagoana (1885)”; o discurso hegemônico da heugenia fomentada por Arthur Ramospor meio de sua defesa de ideia de “higiene mental” e a concepção de infância na Revista de Ensino (1927-1931), em Alagoas, em um contraponto com Walter Benjamin.