Diário De Um Policial

Diógenes Lucca já havia escrito, antes deste, “O Negociador”. Negociando com bandidos que mantinham reféns, nunca perdeu um refém. Estamos num país de sequestradores e reféns. E de negociadores lidando com bandidos.

Num país em que nem sempre a população torce pelo mocinho contra o bandido, ainda que ele salve a mocinha. Certa vez, concluí uma reportagem com um chavão: “Ainda bem que tivemos um final feliz”. Era o fim de um episódio em que um assaltante tomara como refém uma balconista grávida, e mantinha o revólver engatilhado na cabeça dela. Um atirador da PM eliminou o perigo com um tiro de fuzil milimetricamente certeiro. Fui advertido de que não poderia chamar aquilo de final feliz, porque, afinal, um ser humano havia perdido a vida.
Não havia Diógenes Lucca naquele dia, pois estávamos em Brasília e Lucca estava em São Paulo. Não havia outra saída. A grávida e seu bebê foram salvos e o bandido não iria representar perigo para a vida de mais ninguém. No Brasil, somos assassinados à razão de 150 seres humanos por dia e não nos escandalizamos com isso. É mais do que qualquer guerra. Carecemos de uma escolha nítida sobre de que lado devemos estar. De um lado, a lei e a polícia e, de outro, a bandidagem de todos os níveis sociais, de pés de chinelo a engravatados. Nossa indecisão ajuda a matar, a nos assustar e a nos prender, cada vez mais, dentro de nossas próprias grades, reais e imaginárias. E policiais sem vocação de servidor da lei contribuem para essa indecisão perigosa.
Já escolhi o lado desde criancinha. Estou ao lado, como aliado, de policiais como Diógenes Lucca, que são a regra das instituições policiais brasileiras. Neste livro, ele conta histórias que viveu na ROTA e no GATE, na defesa de vítimas e no combate a bandidos, sempre sob a égide da Lei. Assim opera uma polícia forte, legalista, profissional, eficiente, eficaz, respeitada pelo cidadão e temida pelos criminosos – a Polícia ideal, ainda utópica, que precisa ser composta por brasileiros com a vocação altruísta de pôr em jogo a própria vida, se necessário, para o cumprimento do dever.

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Não havia Diógenes Lucca naquele dia, pois estávamos em Brasília e Lucca estava em São Paulo. Não havia outra saída. A grávida e seu bebê foram salvos e o bandido não iria representar perigo para a vida de mais ninguém. No Brasil, somos assassinados à razão de 150 seres humanos por dia e não nos escandalizamos com isso. É mais do que qualquer guerra. Carecemos de uma escolha nítida sobre de que lado devemos estar. De um lado, a lei e a polícia e, de outro, a bandidagem de todos os níveis sociais, de pés de chinelo a engravatados. Nossa indecisão ajuda a matar, a nos assustar e a nos prender, cada vez mais, dentro de nossas próprias grades, reais e imaginárias. E policiais sem vocação de servidor da lei contribuem para essa indecisão perigosa.
Já escolhi o lado desde criancinha. Estou ao lado, como aliado, de policiais como Diógenes Lucca, que são a regra das instituições policiais brasileiras. Neste livro, ele conta histórias que viveu na ROTA e no GATE, na defesa de vítimas e no combate a bandidos, sempre sob a égide da Lei. Assim opera uma polícia forte, legalista, profissional, eficiente, eficaz, respeitada pelo cidadão e temida pelos criminosos – a Polícia ideal, ainda utópica, que precisa ser composta por brasileiros com a vocação altruísta de pôr em jogo a própria vida, se necessário, para o cumprimento do dever.

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