O Tutu Da Bahia

O ponto de partida para a realização deste trabalho foi a indagação sobre qual teria sido a trajetória posterior dos indivíduos que haviam participado das lutas rebeldes das décadas de 1820 e de 1830 na Bahia,com destaque para a Sabinada.

Os seus nomes desaparecem dos textos, à medida que a década de 1840 e as seguintes passam a constituir-se em objeto da historiografia. Entre os líderes, a história de Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira é, certamente, a mais conhecida, mesmo sem jamais ter retornado à Bahia após o seu degredo para Goiás e Mato Grosso, locais onde cumpriu as determinações do artigo 2° do Decreto da Anistia de 1840. Dos demais, a exemplo de Sérgio José Velloso, João Carneiro da Silva Rego (pai), Alexandre Ferreira do Carmo Sucupira e Daniel Gomes de Freitas, quase nada foi dito. Se abandonaram os seus antigos propósitos, aderindo ao projeto político vitorioso na Bahia após a derrota da Sabinada, ou continuaram a conspirar contra os governos, nenhum trabalho até agora revelou.
A preocupação inicial com o tema não se limitou, entretanto, às trajetórias dos líderes de maior notoriedade. Incidiu, também, sobre as lideranças intermediárias e sobre os inúmeros indivíduos anônimos que se lançaram, por razões as mais variadas, no leito das rebeliões, em busca de satisfação para as suas necessidades, em prol das suas concepções de justiça ou para conquistar oportunidades de ascensão social, mesmo que nem sempre legais ou legítimas ante as concepções dos contemporâneos.
Sobre esses tantos homens e seus caminhos, muito menos ainda foiescrito. Nomes como o do “famigerado” preto José de Santa Eufrázia, do “celebérrimo” Francisco Paraassu Cachoeira que atuou na imprensa rebelde, e de Manoel Joaquim Tupinambá, o “façanhudo de Itaparica”, cada um deles com a sua trajetória, são apenas alguns exemplos. Para onde foram as suas aspirações e em que sentido se dirigiram os seus esforços e investimentos depois de 16 de março de 1838, dia da reconquista da Cidade do Salvador pelas tropas legalistas? Aqui escolhidos como meros exemplos, esses nomes fazem parte do conjunto de indivíduos que, tendo atravessado a década de 1830 envolvidos em lutas contra o governo central e provincial, não apareceram nos livros de história, do mesmo modo como não apareceram as suas ideias e os objetivos pelos quais lutaram.

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A preocupação inicial com o tema não se limitou, entretanto, às trajetórias dos líderes de maior notoriedade. Incidiu, também, sobre as lideranças intermediárias e sobre os inúmeros indivíduos anônimos que se lançaram, por razões as mais variadas, no leito das rebeliões, em busca de satisfação para as suas necessidades, em prol das suas concepções de justiça ou para conquistar oportunidades de ascensão social, mesmo que nem sempre legais ou legítimas ante as concepções dos contemporâneos.
Sobre esses tantos homens e seus caminhos, muito menos ainda foiescrito. Nomes como o do “famigerado” preto José de Santa Eufrázia, do “celebérrimo” Francisco Paraassu Cachoeira que atuou na imprensa rebelde, e de Manoel Joaquim Tupinambá, o “façanhudo de Itaparica”, cada um deles com a sua trajetória, são apenas alguns exemplos. Para onde foram as suas aspirações e em que sentido se dirigiram os seus esforços e investimentos depois de 16 de março de 1838, dia da reconquista da Cidade do Salvador pelas tropas legalistas? Aqui escolhidos como meros exemplos, esses nomes fazem parte do conjunto de indivíduos que, tendo atravessado a década de 1830 envolvidos em lutas contra o governo central e provincial, não apareceram nos livros de história, do mesmo modo como não apareceram as suas ideias e os objetivos pelos quais lutaram.

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