Diamantes De Sangue: Corrupção E Tortura Em Angola
– O jornalista angolano Rafael Marques relata o cotidiano das minas diamantíferas de Lunda-Norte, em Angola, e denuncia empresas de garimpagem controladas por generais por crimes que violam os direitos humanos. Marques chegou a ser processado por militares citados no livro. Em protesto, a editora responsável pela publicação, Tinta da China, disponibilizou o material em formato digital para download gratuito.
As investigações em torno do garimpo e do tráfico de diamantes permitem sustentar a ideia de que estas pedras valiosas não só alimentam as guerras com que se debatem a maioria dos países que dispõem dessa riqueza no seu território, como, num período pós-conflito, continuam a estar “debaixo de olho” dos principais interesses econômicos.
Dificilmente alguém poderá concluir a leitura de Diamantes De Sangue sem pôr em causa tudo o que tem ouvido e aprendido sobre Angola, nomeadamente no que toca ao recente crescimento econômico e ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Diamantes De Sangue, publicado pelo angolano Rafael Marques, jornalista e ativista de direitos humanos, centra-se na análise da violação dos direitos humanos, na corrupção e na pobreza a que estão sujeitas as populações mais carenciadas que habitam nas duas zonas diamantíferas onde o autor realizou a sua investigação, nomeadamente, Xá Muteba e Cuango.
O tema, já de si sensível, corresponde a uma continuidade das investigações anteriores realizadas pelo autor, nomeadamente “Lundas: As Pedras da Morte” e “Operação Kissonde: os Diamantes da Humilhação e da Miséria”.
Rafael Marques parte do fato de que “a história da exploração de diamantes em Angola, desde 1912 até ao presente, tem sido marcada por atos de contínua violência variando apenas as motivações ideológicas que os justificam” e direciona a sua investigação em torno da exploração de diamantes e seus “malefícios” nesta fase de reconstrução pós-guerra. Essa viagem pelo mundo do garimpo é feita através dos discursos, narrados na primeira pessoa, de vítimas associadas à exploração de diamantes e, nos casos fatais, de testemunhas oculares e familiares.
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