Este último volume da série “Sistematização” do PDA tem sido carinhosamente chamado de “transversal” pela equipe envolvida. Isso porque não é uma narrativa de experiência sistematizada, como os demais volumes da série, mas uma reflexão sobre o conjunto e uma narrativa do caminho percorrido. De alguma forma, uma “meta-sistematização”.
Apresentamos, neste volume transversal, três textos: a narração da aventura, do ponto de vista metodológico; um olhar sobre os núcleos de singularidade das diversas experiências sistematizadas; e uma reflexão sobre o processo, em texto escrito por Elza Falkembach (“Sistematização, uma arte de ampliar cabeças…”).
Para preparar este volume, muita conversa aconteceu. Elza, Denise e Mara Vanessa encontraram-se algumas vezes ao vivo e muitas vezes de maneira virtual, conversando sobre os processos, as experiências, as descobertas, as narrativas.
Um primeiro significado que é preciso realçar é o da sistematização enquanto um objeto que une uma pluralidade de sujeitos e saberes. E que pluralidade! Onze diferentes experiências, envolvendo agricultores, pescadores, índios, técnicos, homens e mulheres em Rondônia, no Pará, na Bahia, em Pernambuco, no Maranhão, no Tocantins, em São Paulo… Em cada uma dessas experiências, um mundo distinto, rico, cheio de saberes contados por diferentes sujeitos. Polifonia profundamente melódica e harmoniosa.
Essas histórias falam do lugar das experiências enquanto possibilidade de criação de novas relações – com a produção, com o mercado, com o ambiente, com as pessoas, com a política pública. Esse é um aspecto que nunca é demais enfatizar: o caminho do fazer diferente, do novo, da experimentação, mudando as relações.
São relações familiares novas, construídas em torno do conceito de sustentabilidade; novos parâmetros de saúde e de educação, novas relações de gênero, de geração, de vizinhança.
Histórias de vida que são contadas a partir dessas mudanças.
A melhoria da saúde, por exemplo, aparece como um grande efeito dos projetos, sem que o PDA, ao apoiar as iniciativas, sequer tivesse pensado nessa possibilidade. Mas o novo jeito de trabalhar e produzir, em estreita aliança com a natureza, com a floresta, com as águas, traz esses presentes. São trabalhos que têm a ver com a recuperação da vida – recuperam-se áreas degradadas, recuperam-se, também, relações humanas às vezes bastante deterioradas. As pessoas mudam, mudam as situações, mudam os centros de poder, muda o jeito de olhar a natureza; muda a vida.
A Arte De Ampliar Cabeças
- Ecologia
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