
A presente pesquisa teve início em 2014, pouco depois de implantado o projeto apoiado pela Capes para sua realização. Tal apoio, por meio do projeto “Formação, pesquisa e inserção profissional no campo da antropologia”, assegurou recursos sem os quais uma empreitada desta magnitude jamais seria possível.
A continuidade da pesquisa envolveu uma série de negociações subsequentes, em especial junto às coordenações dos programas de pós-graduação, e que se revelaram, por paradoxal que seja, tão complexas quanto as realizadas junto à Capes.
A leitura do conjunto de textos de O Campo Da Antropologia No Brasil deixa claro dois grupos de artigos bem articulados internamente: os textos sobre o cenário institucional (financiamento, reprodução do campo, redes de pesquisa, temáticas de pesquisa e internacionalização); e os textos sobre as trajetórias profissionais dos egressos (mestrado, doutorado e a atuação fora da academia).
Embora inseparáveis, estas duas partes de O Campo Da Antropologia No Brasil configuram enfoques distintos no diagnóstico do campo da antropologia e podem ser de interesse distinto para dois conjuntos de leitores.
A leitura do primeiro enfoque é prioritariamente importante para antropólogos e gestores engajados na avaliação e no planejamento de políticas de ciência e tecnologia para a área.
Nele, vemos um campo social que passou por rápidas e significativas transformações, com crescimento expressivo no número de programas e estudantes e uma diversificação das formas de articulação interna, produção e transmissão de conhecimentos que exige, desde já, novas abordagens de gestão.
Já o segundo enfoque – igualmente esclarecedor ao primeiro grupo de leitores – apresenta muito do que podem esperar aqueles que hoje pensam em ingressar em uma pós-graduação em antropologia, na medida em que ali se revelam perspectivas de formação e inserção profissional nessa área diante de um contexto geral em rápida transformação.
O retrato que emerge dessa pesquisa é o de um campo dinâmico que passou por mudanças significativas nas últimas duas décadas. No período mais recente observamos uma importante expansão e distribuição espacial no campo da pós-graduação em antropologia, que passou de 11 programas em 2004 para 21 em 2012.
