Becos Da Memória

Becos Da Memória, deConceição Evaristo, é um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira.

Becos Da Memória é um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira. Conceição Evaristo traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria; dos que a cada dia têm a vida por um fio. Sem perder o lirismo e a delicadeza, a autora discute, como poucos, questões profundas da sociedade brasileira.

Novamente entrego Becos Da Memória, agora em sua terceira edição, ao público leitor. É um especial momento. Nessa entrega, um pouco das memórias da construção de Becos são ativadas. Como já disse em outras ocasiões, esta narrativa nasceu em 1987/88, sendo, pois, anterior à escrita dos contos e do romance Ponciá Vicêncio.

Foi o meu primeiro experimento em construir um texto ficcional con(fundindo) escrita e vida, ou, melhor dizendo, escrita e vivência. Talvez na escrita de Becos, mesmo que de modo quase que inconsciente, eu já buscasse construir uma forma de escrevivência . Arrisco­-me a dizer, também, que a origem da narrativa de Becos Da Memória poderia estar localizada em uma espécie de crônica, que escrevi, ainda em 1968. Naquele texto pode ser apreendida a tentativa de descrição da ambiência de uma favela. Nomeei o pequeno escrito com o título de “Samba­-favela”. E o que foi apresentado como um exercício de redação à Profª Ione Correa (eu ainda estava cursando o antigo ginasial) extrapolou a sala de aula e os muros do colégio. “Samba Favela”, meses depois, apareceu publicado no Diário Católico de Belo Horizonte e em uma revista católica do Rio Grande do Sul. Hoje, relendo aquele pequeno texto, vejo que
Becos Da Memória, anos e anos depois, retomou e ampliou um desejo e um modo de escrita que se insinuava desde aquela época.

A publicação de Becos Da Memória, por vários motivos, aconteceu depois de ter vindo a público o romance Ponciá Vicêncio. Creio mesmo que a aceitação do primeiro romance publicado me deu segurança para desengavetar Becos. Em 1988 o livro seria publicado pela Fundação Palmares/Minc, como parte das comemorações do Centenário da Abolição, projeto que não foi levado adiante, acredito que por falta de verbas.

Os originais de Becos Da Memória, a partir dessa e de outras frustradas publicações, ficaram esquecidos na gaveta. Entretanto, anos depois, preciso ressaltar, em outra gestão, a mesma instituição se colocou à disposição para retomar o projeto de publicação da obra. Entretanto, o livro já havia se acostumado ao abandono e continuou esquecido na gaveta. E só, quase vinte anos depois de escrito, foi que surgiu a primeira publicação, em 2006. Por isso tudo e por todas as leituras que o texto tem recebido, esta terceira edição de Becos marca um momento especial na recepção do livro. Se, nas primeiras buscas por publicação, muitos caminhos foram incertos, ao longo dos anos, passagens mais seguras foram se apresentando.

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Becos Da Memória é um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira. Conceição Evaristo traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria; dos que a cada dia têm a vida por um fio. Sem perder o lirismo e a delicadeza, a autora discute, como poucos, questões profundas da sociedade brasileira.

Novamente entrego Becos Da Memória, agora em sua terceira edição, ao público leitor. É um especial momento. Nessa entrega, um pouco das memórias da construção de Becos são ativadas. Como já disse em outras ocasiões, esta narrativa nasceu em 1987/88, sendo, pois, anterior à escrita dos contos e do romance Ponciá Vicêncio.

Foi o meu primeiro experimento em construir um texto ficcional con(fundindo) escrita e vida, ou, melhor dizendo, escrita e vivência. Talvez na escrita de Becos, mesmo que de modo quase que inconsciente, eu já buscasse construir uma forma de escrevivência . Arrisco­-me a dizer, também, que a origem da narrativa de Becos Da Memória poderia estar localizada em uma espécie de crônica, que escrevi, ainda em 1968. Naquele texto pode ser apreendida a tentativa de descrição da ambiência de uma favela. Nomeei o pequeno escrito com o título de “Samba­-favela”. E o que foi apresentado como um exercício de redação à Profª Ione Correa (eu ainda estava cursando o antigo ginasial) extrapolou a sala de aula e os muros do colégio. “Samba Favela”, meses depois, apareceu publicado no Diário Católico de Belo Horizonte e em uma revista católica do Rio Grande do Sul. Hoje, relendo aquele pequeno texto, vejo que
Becos Da Memória, anos e anos depois, retomou e ampliou um desejo e um modo de escrita que se insinuava desde aquela época.

A publicação de Becos Da Memória, por vários motivos, aconteceu depois de ter vindo a público o romance Ponciá Vicêncio. Creio mesmo que a aceitação do primeiro romance publicado me deu segurança para desengavetar Becos. Em 1988 o livro seria publicado pela Fundação Palmares/Minc, como parte das comemorações do Centenário da Abolição, projeto que não foi levado adiante, acredito que por falta de verbas.

Os originais de Becos Da Memória, a partir dessa e de outras frustradas publicações, ficaram esquecidos na gaveta. Entretanto, anos depois, preciso ressaltar, em outra gestão, a mesma instituição se colocou à disposição para retomar o projeto de publicação da obra. Entretanto, o livro já havia se acostumado ao abandono e continuou esquecido na gaveta. E só, quase vinte anos depois de escrito, foi que surgiu a primeira publicação, em 2006. Por isso tudo e por todas as leituras que o texto tem recebido, esta terceira edição de Becos marca um momento especial na recepção do livro. Se, nas primeiras buscas por publicação, muitos caminhos foram incertos, ao longo dos anos, passagens mais seguras foram se apresentando.

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