
A comemoração dos 200 anos da introdução da imprensa no Brasil, efeméride que catalisa a pauta da mídia nacional, neste ano de 2008, tem sido oportunidade singular para uma revisão da trajetória das áreas que compõem o universo da comunicação social em todo o país.
É o caso, por exemplo, das Relações Públicas, atividade profissional que surgiu na esteira da humanização do capitalismo, cujo aparecimento no Brasil tem fisionomia precoce, mas seu desenvolvimento só vem ocorrer quando se organiza uma corporação que luta pelos seus direitos e reivindica a formação de quadros especializados.
Se a gênese das Relações Públicas está no ato de fundação do serviço de atendimento ao público e à imprensa da Light, em 1914, por Eduardo Pinheiro Lobo, seu florescimento só encontra sustentação na regulamentação profissional reivindicada desde 1954, quando os praticantes do oficio criam sua associação nacional.
Mas o fortalecimento da área passa necessariamente pela educação superior dos futuros ocupantes de funções dessa natureza nas empresas, no serviço público e no setor terciário. O marco emblemático é a fundação do curso pioneiro por Candido Teobaldo de Souza Andrade, em 1967, na Universidade de São Paulo.
Desde então a profissão deslanchou, construindo seu corpo cognitivo e negociando suas fronteiras com as ocupações contíguas, como o jornalismo e as relações públicas.
De que forma esse desenvolvimento ocupacional se deu no espaço brasileiro, ou seja, nos diferentes quadrantes da geografia verde-amarela?
Quem quiser uma resposta satisfatória poderá encontrar nesta coletânea organizada com esmero pela professora Claudia Moura, líder da equipe que vem escrevendo a História das Relações Públicas no Brasil na Rede Alfredo de Carvalho para o Resgate da Memória da Imprensa e a Construção da História da Mídia no Brasil.
Mobilizando jovens professores, de norte a sul, de leste a oeste, a tranquila, diligente e carismática pesquisadora gaúcha compôs um panorama elucidativo da área, que representa um desafio às novas gerações no sentido de discernir para onde caminha a profissão nesta conjuntura enigmática de globalização capitalista.
