
A sociedade tem pouco conhecimento acerca da temática africana e afrodescendente. As propostas curriculares implementadas em diversas escolas brasileiras não fazem perceber a história das populações vindas da África e de seus descendentes.
A população afrodescendente no Brasil desencadeou inúmeras iniciativas para superar a exclusão e as práticas racistas, dentro e fora do sistema educacional, que atravessaram o século XX.
Como parte desse processo político de luta por educação de qualidade e antirracista é que nos anos de 2003 e 2004 o movimento negro brasileiro recoloca em pauta o ensino da História e cultura Afro-Brasileira e Africana no país, tornando obrigatório no currículo oficial da Rede Nacional de Ensino de acordo com a Lei 10.639/2003 e nos termos de suas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Parecer CNE/CP 03/2004 e Resolução CNE/CP 01/2004).
A Lei nº. 10.639/03 alterou a LDB nº. 9.394/96 nos seus artigos 79A e 79B que até então não propunha em seu corpo legal a obrigatoriedade da discussão das questões voltadas à temática.
Diante desse contexto e movidos pelo desejo de promovermos uma educação de combate ao racismo é que nasce, no ano de 2009, a proposta do Artefatos Da Cultura Negra, a qual se encontra na sua 6ª (sexta) edição.
Temos como proposta fundamental realizar formação do corpo docente da educação básica e de alunos dos cursos de licenciaturas da região, bem como permitir diálogos entre pesquisadores que estudam a temática africana e afrodescendente.
De tal modo, é que se coloca a necessidade de realizar anualmente o evento, pois leva-se em consideração as requisições da Lei aqui em discussão e, consequentemente, sugerindo propostas que visam superar as carências, deixadas durante o processo histórico, acerca da produção cultural de africanos no Brasil.
