Cartoneras (Filme)

"A história das editoras cartoneras começa com um toque de fábula trágica. Era uma vez um país abaixo da famosa linha do Equador mergulhado em mais uma de suas costumeiras crises cíclicas. É o contexto no qual emerge a primeira editora cartonera do mundo.

Reza uma das lendas sobre sua origem, alimentadas pelo silêncio dos fundadores, que dois amigos, o escritor Washington Cucurto e o artista plástico Javier Barilaro, tinham o propósito de fundar uma editora convencional, mas como não havia dinheiro nessa época na Argentina para um empreendimento de tal tipo, entre outras coisas porque todas as contas de poupança nos bancos estavam sequestradas, tiveram então a ideia de brincar fazendo um livrinho com textos fotocopiados e capas de papelão. O resultado agradou e incentivou a criação imediata no ano de 2003 da hoje histórica Eloísa Cartonera.

Fundada como cooperativa no bairro de Boca da capital argentina, as publicações de Eloísa Cartonera sempre se distinguiram por seu aspecto rudimentar, pois o objetivo primordial, desde sua criação, é o de colocar em circulação textos da literatura latino-americana a um baixo custo, tornar o livro um objeto acessível para um amplo público leitor.

Por isso, além de não seguir a lógica convencional das editoras comercias, o que implica que seus livros não têm o clássico registro de ISBN, nem se regem pela exigência de pagar direitos de autor, resultou um projeto inovador e alternativo com uma estética outra que logo se iria espalhando por diversos lugares da América Latina.

A partir da experiência de Eloísa começam a surgir outras editoras com pressupostos muito similares: Sarita Cartonera em Lima (Peru), Animita Cartonera em Santiago (Chile), Yerba Mala em Cochabamba (Bolívia), La Cartonera em Cuernavaca (México), Dulcineia Catadora em São Paulo (Brasil)… até a proposta atravessar o Atlântico e chegar a certos lugares de Europa onde cobra corpos variados que se somam às mais de 150 que se calcula funcionam hoje no mapa do planeta."

Texto retirado do livro Retalhos, de Gaudêncio Gaudério.

https://www.youtube.com/watch?v=DTqfmY0usRQ&t=39s

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“A história das editoras cartoneras começa com um toque de fábula trágica. Era uma vez um país abaixo da famosa linha do Equador mergulhado em mais uma de suas costumeiras crises cíclicas. É o contexto no qual emerge a primeira editora cartonera do mundo.

Reza uma das lendas sobre sua origem, alimentadas pelo silêncio dos fundadores, que dois amigos, o escritor Washington Cucurto e o artista plástico Javier Barilaro, tinham o propósito de fundar uma editora convencional, mas como não havia dinheiro nessa época na Argentina para um empreendimento de tal tipo, entre outras coisas porque todas as contas de poupança nos bancos estavam sequestradas, tiveram então a ideia de brincar fazendo um livrinho com textos fotocopiados e capas de papelão. O resultado agradou e incentivou a criação imediata no ano de 2003 da hoje histórica Eloísa Cartonera.

Fundada como cooperativa no bairro de Boca da capital argentina, as publicações de Eloísa Cartonera sempre se distinguiram por seu aspecto rudimentar, pois o objetivo primordial, desde sua criação, é o de colocar em circulação textos da literatura latino-americana a um baixo custo, tornar o livro um objeto acessível para um amplo público leitor.

Por isso, além de não seguir a lógica convencional das editoras comercias, o que implica que seus livros não têm o clássico registro de ISBN, nem se regem pela exigência de pagar direitos de autor, resultou um projeto inovador e alternativo com uma estética outra que logo se iria espalhando por diversos lugares da América Latina.

A partir da experiência de Eloísa começam a surgir outras editoras com pressupostos muito similares: Sarita Cartonera em Lima (Peru), Animita Cartonera em Santiago (Chile), Yerba Mala em Cochabamba (Bolívia), La Cartonera em Cuernavaca (México), Dulcineia Catadora em São Paulo (Brasil)… até a proposta atravessar o Atlântico e chegar a certos lugares de Europa onde cobra corpos variados que se somam às mais de 150 que se calcula funcionam hoje no mapa do planeta.”

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