A Política Mundial Contemporânea

De antemão, é importante enfatizar a opção que fizemos de pensar a ordem mundial a partir de um lugar em particular: o “lugar” de quem fala, acreditamos, condiciona o conteúdo e os contornos do discurso expresso, dizendo respeito aos condicionamentos macro históricos, geográficos, políticos, econômicos e sociais, mas também às visões do autor.

Isso porque todo autor é um sujeito sob influência de seu contexto, produtor de conhecimentos e criador de visões a partir de sua cultura, subjetividade, formação e origem institucional.
Ou seja, compartilhamos, nesta coletânea, da premissa de que se faz necessário, nos dias de hoje, questionar as raízes filosóficas (ou a metateoria, nem sempre explícita!) presentes no campo das Relações Internacionais, a fim de entender como evoluem os olhares e os discursos sobre os fenômenos mundiais contemporâneos.
Para analisar a política internacional não como estado e sim como relação social, acreditamos ser fundamental construir um quadro teórico-metodológico próprio.
A presente coletânea tem a ambição de levar adiante tal desafio, uma vez que seus capítulos pretendem evitar uma representação míope das relações internacionais que seja baseada, exclusivamente, em relações estanques e monolíticas entre os Estados, o direito internacional por eles produzido e as agências internacionais por eles criadas – ou seja, uma visão da política internacional restrita ao mundo da soberania estatal e ao inter-governamentalismo.
Não defendemos aqui um mundo pós-nacional em que não haja mais amarras, regulações e controles possíveis dos agentes estatais. Porém acreditamos ser importante romper com as análises tradicionais que muito marcaram o desenvolvimento disciplinar das Relações Internacionais e que giraram em torno dos embates epistemológicos entre ortodoxos (realistas, cientificistas, positivistas) e heterodoxos (idealistas, tradicionalistas, pós-modernistas).
Como já salientamos em outras publicações, percebendo as relações internacionais enquanto disciplina e não campo interdisciplinar, os pensadores ortodoxos e heterodoxos tenderam a justificar a existência de uns e outros, subestimando temas relativos à desigualdade (salvo desigualdades militares, de soberania territorial e de acesso ao mercado financeiro), ao gênero, aos movimentos sociais transnacionais ou ao meio ambiente global.

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De antemão, é importante enfatizar a opção que fizemos de pensar a ordem mundial a partir de um lugar em particular: o “lugar” de quem fala, acreditamos, condiciona o conteúdo e os contornos do discurso expresso, dizendo respeito aos condicionamentos macro históricos, geográficos, políticos, econômicos e sociais, mas também às visões do autor. Isso porque todo autor é um sujeito sob influência de seu contexto, produtor de conhecimentos e criador de visões a partir de sua cultura, subjetividade, formação e origem institucional.
Ou seja, compartilhamos, nesta coletânea, da premissa de que se faz necessário, nos dias de hoje, questionar as raízes filosóficas (ou a metateoria, nem sempre explícita!) presentes no campo das Relações Internacionais, a fim de entender como evoluem os olhares e os discursos sobre os fenômenos mundiais contemporâneos.
Para analisar a política internacional não como estado e sim como relação social, acreditamos ser fundamental construir um quadro teórico-metodológico próprio.
A presente coletânea tem a ambição de levar adiante tal desafio, uma vez que seus capítulos pretendem evitar uma representação míope das relações internacionais que seja baseada, exclusivamente, em relações estanques e monolíticas entre os Estados, o direito internacional por eles produzido e as agências internacionais por eles criadas – ou seja, uma visão da política internacional restrita ao mundo da soberania estatal e ao inter-governamentalismo.
Não defendemos aqui um mundo pós-nacional em que não haja mais amarras, regulações e controles possíveis dos agentes estatais. Porém acreditamos ser importante romper com as análises tradicionais que muito marcaram o desenvolvimento disciplinar das Relações Internacionais e que giraram em torno dos embates epistemológicos entre ortodoxos (realistas, cientificistas, positivistas) e heterodoxos (idealistas, tradicionalistas, pós-modernistas).
Como já salientamos em outras publicações, percebendo as relações internacionais enquanto disciplina e não campo interdisciplinar, os pensadores ortodoxos e heterodoxos tenderam a justificar a existência de uns e outros, subestimando temas relativos à desigualdade (salvo desigualdades militares, de soberania territorial e de acesso ao mercado financeiro), ao gênero, aos movimentos sociais transnacionais ou ao meio ambiente global.

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