
Da Amazônia ao Cerrado, da Mata Atlântica à Caatinga, do Pantanal aos Campos sulinos, o Brasil exibe uma das mais ricas diversidades do mundo em ambientes naturais e espécies de plantas e animais.
Desde o século 18 essa variedade de paisagens e de formas de vida tem atraído naturalistas europeus. Um deles, o botânico alemão Carl Friedrich Philipp von Martius, escreveu o ainda hoje mais completo levantamento sobre as plantas do Brasil, a Flora Brasiliensis, a partir de uma expedição de três anos pelas florestas do país.
Percorridas também por botânicos, zoólogos, etnólogos e artistas portugueses, russos e franceses, essas florestas atualmente mobilizam especialistas brasileiros, que procuram dimensionar com mais precisão esse raro patrimônio natural – primeiro passo para que possa ser conservado e explorado do melhor modo possível.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), uma das principais agências brasileiras de financiamento à pesquisa científica e tecnológica, tem tido um papel de destaque nesse esforço de mapeamento da biodiversidade essencial à sobrevivência da espécie humana.
Além de apoiar projetos individuais de pesquisa que conduzem a uma melhor compreensão da natureza brasileira, como tem feito há quatro décadas, a FAPESP participa do financiamento de projetos multiinstitucionais como a Flora Brasiliensis On-line, que deve facilitar
no mundo inteiro as pesquisas sobre as plantas do Brasil.
Outras vezes, a FAPESP financia projetos de pesquisa coletivos de longa duração como o Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo e o programa Biota-FAPESP.
O Flora Fanerogâmica é um levantamento da diversidade de plantas com flores – as fanerógamas – que começou em 1994 e deve terminar somente em 2016. Revelou uma riqueza surpreendente do estado, onde os botânicos encontraram cerca de 8 mil espécies de fanerógamas, e se tornou um modelo de trabalho em equipe que permitiu a criação de um programa de pesquisas ainda mais abrangente, o Biota-FAPESP.
Iniciado em 1999, o Biota-FAPESP não se limita a mapear e a analisar as origens, a diversidade e a distribuição da flora e da fauna do Estado de São Paulo. Também se propõe a avaliar as possibilidades de exploração de plantas ou de animais com potencial econômico e a subsidiar a formulação de políticas de conservação ou restauração dos remanescentes florestais.
Os resultados de projetos de pesquisa como os apresentados a seguir se disseminam por meio de artigos científicos, livros, páginas na internet, debates entre especialistas ou exposições abertas ao público.
No conjunto, os textos de Olhar Amplo Sobre A Biodiversidade representam as formas pelas quais o conhecimento pode contribuir para a elaboração de novas propostas de uso sustentável dos recursos naturais e de um novo modelo de desenvolvimento social e econômico.
