O Que Escondem Os Gastos Dos Jogos?

Os Jogos Olímpicos de 2016 encerram uma década de megaeventos na cidade do Rio de Janeiro. Depois dos Jogos Pan-Americanos de 2007, da Copa das Confederações e da Copa do Mundo,

foi prometido que 2016 seria o momento de celebrar o esporte e em 2013 a união dos povos e em 2014 coroar uma cidade transformada. A beleza da cidade, o amor ao esporte, a alegria e receptividade dos brasileiros são elementos que povoam o imaginário internacional sobre os jogos no Rio. Contudo, a realidade se mostra mais dura do que as imagens de televisão e do marketing fazem crer. A transformação dos Jogos em negócio e a forma como o poder público direciona os recursos tem transformado o Rio de Janeiro em cenário de constantes violações de direitos humanos, acentuando um projeto de cidade desigual e excludente. Ao frustrar a esperança de uma cidade que seria transformada para benefício de todos, entretanto, o projeto olímpico jogou “água no chope” de milhões de cariocas.
O projeto de cidade em curso e as graves violações de direitos humanos têm, ainda que com pouco espaço, sido denunciados e analisados. Esse artigo faz parte deste esforço e tem por finalidade apresentar da forma mais nítida possível o orçamento dos Jogos Olímpicos, desvendar os dados e o discurso oficial e explicitar alguns dos principais beneficiados por sua realização e os interesses em jogo desses atores. Porém, explorar os meandros do orçamento dos Jogos exige um esforço olímpico e, na medida em que a preparação da Olimpíada já foi chamada de “Jogos Obscuros”, pode-se dizer que os governantes brasileiros estão a uma maratona de um nível meramente aceitável de transparência e participação.
Na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos as principais autoridades na mira das câmeras serão possivelmente Michel Temer e Thomas Bach, respectivamente presidente interino do Brasil, país-sede, e presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ao lado dos dois estará Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro. Como prefeito da cidade-sede, Paes é o maior defensor do megaevento. Nessa posição, o prefeito e sua administração têm repetidamente disseminado a informação de que a maior parte dos gastos olímpicos é oriunda da iniciativa privada. Trata-se de uma falácia.

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O projeto de cidade em curso e as graves violações de direitos humanos têm, ainda que com pouco espaço, sido denunciados e analisados. Esse artigo faz parte deste esforço e tem por finalidade apresentar da forma mais nítida possível o orçamento dos Jogos Olímpicos, desvendar os dados e o discurso oficial e explicitar alguns dos principais beneficiados por sua realização e os interesses em jogo desses atores. Porém, explorar os meandros do orçamento dos Jogos exige um esforço olímpico e, na medida em que a preparação da Olimpíada já foi chamada de “Jogos Obscuros”, pode-se dizer que os governantes brasileiros estão a uma maratona de um nível meramente aceitável de transparência e participação.
Na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos as principais autoridades na mira das câmeras serão possivelmente Michel Temer e Thomas Bach, respectivamente presidente interino do Brasil, país-sede, e presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ao lado dos dois estará Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro. Como prefeito da cidade-sede, Paes é o maior defensor do megaevento. Nessa posição, o prefeito e sua administração têm repetidamente disseminado a informação de que a maior parte dos gastos olímpicos é oriunda da iniciativa privada. Trata-se de uma falácia.

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