Fetichização Do Poder Como Fundamento Da Corrupção

Fetichização Do Poder Como Fundamento Da Corrupção: Uma Proposta A Partir Da Filosofia Latino-Americana De Enrique Dussel - O intenso e delicado momento do Brasil – de eleições conturbadas, processo de impedimento de mandato presidencial, escândalos de corrupção, manifestações sociais, greves, reformas e projetos políticos controversos, discussões sobre representatividade e legitimidade do poder – tem colocado em evidência e recorrentemente trazido à mesa as discussões sobre o político e a política.


Se por princípio não se pode determinar que algo “está errado”, pode-se, ao menos, afirmar que algo está acontecendo. A partir desse ponto, resta responder qual o fundamento disso que está acontecendo – e é de suma importância deixar claro o lugar desde o qual nos posicionaremos para trabalhar a questão.
Realmente, na síntese de múltiplas determinações, ocupamos o lugar de brasileiros, filhos e filhas de pessoas escravizadas, de povos originários, de imigrantes, exploradores e explorados, trabalhadoras e trabalhadores, retirantes, falantes de português com acentuações e variadas características regionais, em um extenso território de um continente que nos últimos séculos foi marcado pela experiência violenta de colonização.
É este o lugar desde o qual tomamos posição para trabalhar os fundamentos do que está acontecendo aqui: nosso locus geográfico, político, histórico, cultural, social e, especialmente, filosófico. Nesse sentido, inserimo-nos em nossa investigação como participantes e produtores de uma filosofia latino-americana.
Indicar a nossa experiência política contemporânea como fenômeno motivador do presente trabalho, assim como explicitar o “desde onde” estamos falando, não é um movimento despropositado ou de caráter meramente introdutório, mas deliberadamente metodológico. Trata-se de seguir o primeiro passo do método filosófico desenvolvido pelo argentino-mexicano Enrique Dussel: tomar a experiência comum, real, cotidiana como ponto de partida.
Como Dussel explica, a condição de possibilidade de exercício de uma filosofia desde aqui “é, quando menos, a seguinte: um conhecimento profundo e real da cotidianidade latino-americana”.
Todavia, antes de prosseguimos com nossa investigação, são necessárias algumas explicações: tanto de pressupostos que assumimos para realizar o presente trabalho, quanto do movimento e do processo que amarram e guiam nosso texto. Desse modo, o primeiro apontamento que precisamos fazer é sobre nosso subtítulo: “Uma proposta a partir da filosofia latino-americana de Enrique Dussel”.
Apesar da filosofia produzida pelo argentino-mexicano ser chamada “filosofia da libertação”, assumimos que o que dá sentido primeiro à própria proposta de libertação é a experiência da colonização da América Latina. Colocamos, assim, a produção de Dussel como uma filosofia de libertação desde a América Latina – portanto, uma filosofia propriamente latinoamericana.

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Fetichização Do Poder Como Fundamento Da Corrupção: Uma Proposta A Partir Da Filosofia Latino-Americana De Enrique Dussel

– O intenso e delicado momento do Brasil – de eleições conturbadas, processo de impedimento de mandato presidencial, escândalos de corrupção, manifestações sociais, greves, reformas e projetos políticos controversos, discussões sobre representatividade e legitimidade do poder – tem colocado em evidência e recorrentemente trazido à mesa as discussões sobre o político e a política.
Se por princípio não se pode determinar que algo “está errado”, pode-se, ao menos, afirmar que algo está acontecendo. A partir desse ponto, resta responder qual o fundamento disso que está acontecendo – e é de suma importância deixar claro o lugar desde o qual nos posicionaremos para trabalhar a questão.
Realmente, na síntese de múltiplas determinações, ocupamos o lugar de brasileiros, filhos e filhas de pessoas escravizadas, de povos originários, de imigrantes, exploradores e explorados, trabalhadoras e trabalhadores, retirantes, falantes de português com acentuações e variadas características regionais, em um extenso território de um continente que nos últimos séculos foi marcado pela experiência violenta de colonização.
É este o lugar desde o qual tomamos posição para trabalhar os fundamentos do que está acontecendo aqui: nosso locus geográfico, político, histórico, cultural, social e, especialmente, filosófico. Nesse sentido, inserimo-nos em nossa investigação como participantes e produtores de uma filosofia latino-americana.
Indicar a nossa experiência política contemporânea como fenômeno motivador do presente trabalho, assim como explicitar o “desde onde” estamos falando, não é um movimento despropositado ou de caráter meramente introdutório, mas deliberadamente metodológico. Trata-se de seguir o primeiro passo do método filosófico desenvolvido pelo argentino-mexicano Enrique Dussel: tomar a experiência comum, real, cotidiana como ponto de partida.
Como Dussel explica, a condição de possibilidade de exercício de uma filosofia desde aqui “é, quando menos, a seguinte: um conhecimento profundo e real da cotidianidade latino-americana”.
Todavia, antes de prosseguimos com nossa investigação, são necessárias algumas explicações: tanto de pressupostos que assumimos para realizar o presente trabalho, quanto do movimento e do processo que amarram e guiam nosso texto. Desse modo, o primeiro apontamento que precisamos fazer é sobre nosso subtítulo: “Uma proposta a partir da filosofia latino-americana de Enrique Dussel”.
Apesar da filosofia produzida pelo argentino-mexicano ser chamada “filosofia da libertação”, assumimos que o que dá sentido primeiro à própria proposta de libertação é a experiência da colonização da América Latina. Colocamos, assim, a produção de Dussel como uma filosofia de libertação desde a América Latina – portanto, uma filosofia propriamente latinoamericana.

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