A Racionalidade Prática Da Privação De Liberdade

Bruna Gisi - A Racionalidade Prática Da Privação De Liberdade: Um Estudo Da Execução Da Medida Socioeducativa De Internação Em São Paulo

A pesquisa de Bruna Gisi, originalmente defendido como tese de doutoramento em Sociologia na Universidade de São Paulo, é uma contribuição fundamental ao debate acerca do ECA e dos mecanismos de garantia de direitos para crianças e adolescentes no país justamente por concorrer para uma visão aprofundada das questões em jogo e não se limitar a estabelecer o quadro histórico de desenvolvimento da legislação, nem a definir as orientações formais por ela estabelecida.

Sem desconsiderar esses aspectos – que já têm sido bastante explorados nas produções locais –, A Racionalidade Prática Da Privação De Liberdade se volta para a caracterização das “lógicas em uso” da nossa justiça juvenil em seu funcionamento cotidiano.

A pesquisa empírica que serve de base para a reflexão e análise foi desenvolvida nos espaços de execução das medidas de internação em São Paulo – Fórum do Brás e Fundação CASA – o que permitiu assim observar o processo de execução nesses dois contextos organizacionais – o judiciário e as unidades de internação.

Ao analisar documentos e realizar entrevistas, Gisi busca acessar o raciocínio prático dos atores envolvidos diretamente com a execução da internação, ou seja, as interpretações de juízes e de funcionários das unidades acerca das causas do ato infracional, das características individuais dos internos, das suas possibilidades de transformação pela ação institucional etc.

O emprego, ao mesmo tempo rigoroso e criativo, da perspectiva sociológica escolhida – a Etnometodologia – permite, por sua vez, à pesquisadora escapar de qualquer visão reducionista ou determinista da dinâmica social observada, reducionismo este que tantas vezes obscurece o trabalho complexo e ativo daqueles envolvidos em qualquer dimensão do mundo social.

Visões tradicionais que opõem teoria e prática, ação e estrutura, o social e o individual, são desconstruídas e o que se revela, em contrapartida, é o esforço criativo dos agentes, ao lidarem com complexas dinâmicas da vida social.

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A pesquisa de Bruna Gisi, originalmente defendido como tese de doutoramento em Sociologia na Universidade de São Paulo, é uma contribuição fundamental ao debate acerca do ECA e dos mecanismos de garantia de direitos para crianças e adolescentes no país justamente por concorrer para uma visão aprofundada das questões em jogo e não se limitar a estabelecer o quadro histórico de desenvolvimento da legislação, nem a definir as orientações formais por ela estabelecida.

Sem desconsiderar esses aspectos – que já têm sido bastante explorados nas produções locais –, A Racionalidade Prática Da Privação De Liberdade se volta para a caracterização das “lógicas em uso” da nossa justiça juvenil em seu funcionamento cotidiano.

A pesquisa empírica que serve de base para a reflexão e análise foi desenvolvida nos espaços de execução das medidas de internação em São Paulo – Fórum do Brás e Fundação CASA – o que permitiu assim observar o processo de execução nesses dois contextos organizacionais – o judiciário e as unidades de internação.

Ao analisar documentos e realizar entrevistas, Gisi busca acessar o raciocínio prático dos atores envolvidos diretamente com a execução da internação, ou seja, as interpretações de juízes e de funcionários das unidades acerca das causas do ato infracional, das características individuais dos internos, das suas possibilidades de transformação pela ação institucional etc.

O emprego, ao mesmo tempo rigoroso e criativo, da perspectiva sociológica escolhida – a Etnometodologia – permite, por sua vez, à pesquisadora escapar de qualquer visão reducionista ou determinista da dinâmica social observada, reducionismo este que tantas vezes obscurece o trabalho complexo e ativo daqueles envolvidos em qualquer dimensão do mundo social.

Visões tradicionais que opõem teoria e prática, ação e estrutura, o social e o individual, são desconstruídas e o que se revela, em contrapartida, é o esforço criativo dos agentes, ao lidarem com complexas dinâmicas da vida social.

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