Oração Para Pedir A Deus O Bom Uso Das Doenças

Nesta oração composta entre os anos de 1669 e 1670 podemos perceber três grandes influências no caminho de conversão frente ao cristianismo.

A genialidade com que Blaise Pascal surpreendeu o século XVII chega até os nossos dias como uma dessas realidades que acabam se “eternizando”. Muito mais do que circunstâncias meramente humanas, são experiências transcendentais.

Uma delas, retratada nessa tradução, é a contingente e humana situação de doença. Todo o seu pensamento nasce de um único reconhecimento: “A pequenez, a limitação”. O infinito só pode ser próximo do finito na medida em que reconhecemos nossa limitação. Não podemos nos esquecer que a vida de Pascal foi marcada por grandes doenças e carências.

A morte prematura da mãe; certa doença nos músculos que lhe atormentava e causava grandes dores; e por último a dolorosa situação que lhe impedia deglutir os alimentos, levando-o ao afogamento. A doença, na compreensão Pascaliana, não constitui uma tragédia na vida de um ser humano, mas sim uma oportunidade para se unir às dores de quem “sofreu” por amor, Cristo.

Lembremos que a conversão tardia de Pascal o fez passar por uma experiência de ceticismo entre o paradoxo dos prazeres mundanos e as dores físicas – temas que suscitaram vários debates entre os filósofos de sua época. Um dos pensamentos de Pascal deixa entrever, desde o início da sua obra, o drama da saúde e da doença: “Durante o tempo que vivermos neste mundo o teu poder nos sustentará na nossa fraqueza”.

Nesta oração que Pascal compõe entre os anos de 1669 e 1670, que se encontra no grupo dos “opúsculos”, podemos perceber três grandes influências no caminho de conversão frente ao cristianismo.

Em primeiro lugar, o contato com o pensamento de Santo Agostinho de Hipona, que desde sempre o impeliu a uma gradual conversão. A relação paradoxal entre vida e morte, saúde e doença, graça e natureza determinará toda a obra de Pascal. Lembremos que já nesta época ele era um cristão convicto da necessidade de viver segundo as exigências da fé.

Em segundo lugar, a sua influência de geômetra e matemático. A ordem de cada uma das coisas está sustentada pelos desígnios da natureza, mas sempre assistida pela presença Suprema de Deus.

E, por fim, a forte inspiração de uma vida devota. De fato, junto a esta oração Pascal também escrevia a “Pequena vida de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Tudo isto somado leva a conquistar dentro de si um espírito corajoso e capaz de superar a sua própria condição de doente.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Oração Para Pedir A Deus O Bom Uso Das Doenças

Nesta oração composta entre os anos de 1669 e 1670 podemos perceber três grandes influências no caminho de conversão frente ao cristianismo.

A genialidade com que Blaise Pascal surpreendeu o século XVII chega até os nossos dias como uma dessas realidades que acabam se “eternizando”. Muito mais do que circunstâncias meramente humanas, são experiências transcendentais.

Uma delas, retratada nessa tradução, é a contingente e humana situação de doença. Todo o seu pensamento nasce de um único reconhecimento: “A pequenez, a limitação”. O infinito só pode ser próximo do finito na medida em que reconhecemos nossa limitação. Não podemos nos esquecer que a vida de Pascal foi marcada por grandes doenças e carências.

A morte prematura da mãe; certa doença nos músculos que lhe atormentava e causava grandes dores; e por último a dolorosa situação que lhe impedia deglutir os alimentos, levando-o ao afogamento. A doença, na compreensão Pascaliana, não constitui uma tragédia na vida de um ser humano, mas sim uma oportunidade para se unir às dores de quem “sofreu” por amor, Cristo.

Lembremos que a conversão tardia de Pascal o fez passar por uma experiência de ceticismo entre o paradoxo dos prazeres mundanos e as dores físicas – temas que suscitaram vários debates entre os filósofos de sua época. Um dos pensamentos de Pascal deixa entrever, desde o início da sua obra, o drama da saúde e da doença: “Durante o tempo que vivermos neste mundo o teu poder nos sustentará na nossa fraqueza”.

Nesta oração que Pascal compõe entre os anos de 1669 e 1670, que se encontra no grupo dos “opúsculos”, podemos perceber três grandes influências no caminho de conversão frente ao cristianismo.

Em primeiro lugar, o contato com o pensamento de Santo Agostinho de Hipona, que desde sempre o impeliu a uma gradual conversão. A relação paradoxal entre vida e morte, saúde e doença, graça e natureza determinará toda a obra de Pascal. Lembremos que já nesta época ele era um cristão convicto da necessidade de viver segundo as exigências da fé.

Em segundo lugar, a sua influência de geômetra e matemático. A ordem de cada uma das coisas está sustentada pelos desígnios da natureza, mas sempre assistida pela presença Suprema de Deus.

E, por fim, a forte inspiração de uma vida devota. De fato, junto a esta oração Pascal também escrevia a “Pequena vida de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Tudo isto somado leva a conquistar dentro de si um espírito corajoso e capaz de superar a sua própria condição de doente.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog