Introdução Ao Documentário

Introdução ao documentário apresenta-nos uma súmula do pensamento sobre documentário, traçada por um dos intelectuais mais influentes da academia norte-americana contemporânea na área de cinema.


Bill Nichols é autor de uma conhecida coletânea de textos em Teoria do Cinema (Movies and methods: An anthology), com sucessivas reedições desde 1976.
Em sua primeira obra pessoal de maior extensão, Ideology and the image: Social representation in the cinema and other medias, debruça-se sobre o que é narrar no cinema documentário, numa época em que os estudos sobre o tema se encontravam em ponto morto.
Apesar da dívida explícita de Ideology and the image para com a semiologia metziana, Nichols avança a análise que irá aprofundar nos anos seguintes, dando ênfase à relação entre as formas da retórica e as vozes da enunciação expositiva no documentário.
Evita, assim, a principal armadilha na qual a semiologia se debate ao abordar a narrativa documentária e desloca-se do recorte que fecha a análise na crítica da transparência do discurso.
Nichols só encontra essa obsessão pela reflexividade, própria ao nosso tempo, mais tarde, e de um modo mais pertinente: após haver percorrido a enunciação do documentário, explorada com base no conceito de “forma expositiva”, apontando para sua evolução histórica.
Evita, assim, que a “sagrada” missão desconstrutiva ocupe por inteiro o horizonte analítico de uma forma narrativa que, em sua origem, possui exatamente a particularidade de poder estabelecer postulados sobre o mundo.
Sua contribuição capital para a teoria do documentário virá, no entanto, com Representing reality: Issues and concepts in documentary (inédito em português), publicado em 1991, em que surgem de forma madura os conceitos inicialmente esboçados em Ideology and the image.
Não é exagero dizer que Representing reality inaugura um segundo momento no pensamento sobre o documentário no século XX, delineando os paradigmas dentro dos quais a reflexão sobre o gênero se move até hoje. Os conceitos estabelecidos nesse livro, em particular o de “voz” e os diferentes “modos” de representação documentária, irão repercutir, obrigando todo o campo a reposicionar seu horizonte segundo novas balizas.
Mesmo autores como Noél Carroll e Carl Plantinga, que pensam o documentário a partir de um recorte que se distancia dos parâmetros filosóficos do pós-estruturalismo, irão sentir necessidade de acertar suas contas com essas formulações, antes de seguir adiante.

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