
O papel e a película já estão na lata de lixo da história? O jornalismo impresso e o cinema vão superar as crises de seus suportes e conseguir se reinventar digitalmente? Estamos assistindo ao ocaso de duas mídias fundamentais do século XX que perderam seu sentido frente às tecnologias contemporâneas? Como jornalistas e cineastas poderiam se adaptar aos novos tempos, em que as relações baseadas na materialidade e nas antigas fronteiras políticas e geográficas estão destruídas? O que vai acontecer depois do incêndio midiático provocado pela internet? Essas são algumas das perguntas que surgem neste livro.
É claro que as respostas não estão todas aqui, mas refletir sobre o futuro dos filmes e dos jornais em suas primeiras encarnações – a película e o papel – é obrigação de todos nós. Cinema e jornalismo impresso são atividades próximas, tanto que convivem em muitas faculdades de Comunicação.
Mesmo que seus suportes sejam diferentes, mesmo que seus objetivos e seus métodos possam se afastar bastante, e mesmo que suas crises pareçam acontecer em arenas distantes, suas crises têm muitos elementos em comum.
Os textos deste livro formam uma interessante coleção de ideias sobre rupturas, crises e possíveis salvações. É interessante constatar que pesquisadores de áreas diferentes estão debruçados sobre três grandes tensionamentos: o regional contra o global, o tradicional contra o novo e o cultural contra o econômico.
Há, é claro, todo um contexto histórico e tecnológico que envolve essas questões e provoca um inevitável choque desses campos de análise. A interdisciplinaridade, que no século XX parecia ser apenas algo divertido, hoje é obrigação. Cineastas e jornalistas precisam conversar com engenheiros de computação, historiadores e biólogos, mas antes têm que conversar entre si.
