
Os fenômenos atmosféricos sempre chamaram a atenção do homem. Ora classificados como belos, como a ocorrência halo solar, neve ou formação de arco-íris; ora acarretaram temores como a incidência de raios, granizo, tempestades.
O homem sempre procurou entender a ocorrência desses fenômenos. A sua curiosidade se explica por sua extrema vulnerabilidade quanto à ocorrência de alguns fenômenos que ocasionavam efeitos diretos sobre as suas atividades, como perda de colheitas, destruição de casas, entre outros.
Primeiramente, a sua existência foi atribuída à “ira dos deuses”. No século IX A.C., os antigos gregos consideravam Zeus como o “Deus do Clima”. Assim, a ocorrência de fenômenos atmosféricos destrutivos era atribuída ao descontentamento de Zeus para com os homens.
Posteriormente, no ano de 340 A.C., o filósofo grego Aristóteles procurou entender a ocorrência dos fenômenos atmosféricos, realizando anotações de eventos atmosféricos em livro chamado de Meteorológica. Porém, o nível de compreensão dos fenômenos era muito baixo.
Um grande impulso para a compreensão dos fenômenos atmosféricos ocorreu durante a Renascença, período no qual os cientistas passaram a adotar métodos experimentais nos seus estudos.
Daquela época, destacam-se os italianos Galileu Galilei, pela criação do termoscópio (espécie de termômetro) em 1592, e Evangelista Torricelli, pela criação do barômetro de mercúrio, em 1643. No século XVIII, o cientista francês Laurent Lavoisier realizou medições diárias de pressão atmosférica, umidade do ar, direção e velocidade do vento com o objetivo de prever as condições atmosféricas.
Após este período inicial de descoberta e medidas de algumas variáveis meteorológicas, observou-se um crescente interesse pelos fenômenos atmosféricos, sendo que, no século XX, ocorreu um grande salto no estudo da atmosfera.
Após, a 1ª. Grande Guerra Mundial, surgiu a hipótese de que a atmosfera seguia leis da física e, assim, equações matemáticas poderiam ser utilizadas para descrevê-la.
Posteriormente, o surgimento de computadores potentes, novos instrumentos de medida e satélites meteorológicos proporcionaram maior segurança e confiabilidade na compreensão, mensuração e previsão dos fenômenos atmosféricos.
Atualmente, a tecnologia e as informações existentes referentes aos fenômenos atmosféricos permitem obter um melhor entendimento da atmosfera.
Apesar de ainda não podemos compreender totalmente o seu comportamento, o conhecimento acumulado tem permitido diminuir a vulnerabilidade do homem quanto à ocorrência de fenômenos meteorológicos prejudiciais em função das previsões que gradativamente ficam melhores e permitem tomar decisões no sentido de diminuir os riscos de perdas. O zoneamento agrícola é um exemplo claro da grande importância e utilidade da agroclimatologia.
Este livro didático tem como principal objetivo apresentar aspectos sobre os fenômenos atmosféricos, para ser utilizado na disciplina de Agroclimatologia, e têm como objetivo: diferenciar clima de tempo; identificar os fatores que interferem na formação do clima; apresentar instituições nacionais ligadas ao clima e o tempo, e mostrar a importância agrícola do conhecimento do clima e tempo.
