Fontes E Vozes No Jornalismo Econômico Brasileiro

Fontes E Vozes No Jornalismo Econômico Brasileiro: Recorrências E Hierarquias aborda uma pluralidade de temas a partir de universos empíricos explorados.

O campo do jornalismo econômico é um espaço de produção cultural e de poder; é produtor e difusor de bens simbólicos muito particulares, em especial conhecimento, prescrição e normas sobre a economia que, de alguma forma, tem influência sobre a sociedade em geral. Dentre os produtos simbólicos possíveis, jornalistas econômicos fazem uma seleção das notícias que serão publicadas ou não, e determinam as condições em que isso ocorrerá.

É com essa assertiva e sobre esse espaço social que trata o livro que o leitor tem em mãos. Composto de uma Apresentação, escrita pelos organizadores, Antônio José Pedroso Neto e Romário Rocha do Nascimento, e sete instigantes capítulos, o livro Fontes E Vozes No Jornalismo Econômico Brasileiro: Recorrências E Hierarquias aborda uma pluralidade de temas a partir de universos empíricos explorados e de metodologias atinentes às Ciências Sociais.

Chama a atenção para o rigor metodológico de todas as pesquisas que utilizam desde a etnografia, a análise de enquadramento, a análise de conteúdo, a análise de discurso e a análise de similitude com uma maturidade nem sempre alcançada nos estudos da área.

Ademais, fugindo de leituras fáceis, os autores se aproximaram, em alguma medida, de uma abordagem que considera o jornalismo a partir do conceito de campo de Pierre Bourdieu.

Portanto, implícita ou explicitamente, os autores entendem as tomadas de posição dos jornalistas econômicos como produtos de suas posições em um subespaço do campo do jornalismo e da relação desse campo e seus subespaços com outros campos sociais.

Por desdobramento, as análises colocam o campo do jornalismo como campo de poder; o que quer dizer que, em maior ou menor medida, está entrelaçado nas lutas políticas e econômicas e em relação com economistas, intelectuais, banqueiros, empresários, executivos, sindicalistas, governantes, jornalistas; agentes que produzem e reproduzem produtos simbólicos oriundos do campo do jornalismo.

No conjunto da obra, o jornalismo econômico é visto como um espaço que procura “impor uma visão legítima” sobre os fenômenos econômicos, contribuindo para
a construção social da realidade (Schudson, 1995). Dessa forma, os autores, especialmente o capítulo de Tomás Undurraga, mostram que, ao selecionar histórias, discursos e enquadramentos, os jornalistas ajudam a sedimentar o conhecimento público, performatizando realidades.

Considerar os postulados do jornalismo econômico como verdadeiros tem algumas implicações sobre as ordens sociais, pois naturaliza opções e práticas políticas e econômicas que tendem a separar a esfera econômica das outras esferas, como a cultura, a política e as relações sociais.

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O campo do jornalismo econômico é um espaço de produção cultural e de poder; é produtor e difusor de bens simbólicos muito particulares, em especial conhecimento, prescrição e normas sobre a economia que, de alguma forma, tem influência sobre a sociedade em geral. Dentre os produtos simbólicos possíveis, jornalistas econômicos fazem uma seleção das notícias que serão publicadas ou não, e determinam as condições em que isso ocorrerá.

É com essa assertiva e sobre esse espaço social que trata o livro que o leitor tem em mãos. Composto de uma Apresentação, escrita pelos organizadores, Antônio José Pedroso Neto e Romário Rocha do Nascimento, e sete instigantes capítulos, o livro Fontes E Vozes No Jornalismo Econômico Brasileiro: Recorrências E Hierarquias aborda uma pluralidade de temas a partir de universos empíricos explorados e de metodologias atinentes às Ciências Sociais.

Chama a atenção para o rigor metodológico de todas as pesquisas que utilizam desde a etnografia, a análise de enquadramento, a análise de conteúdo, a análise de discurso e a análise de similitude com uma maturidade nem sempre alcançada nos estudos da área.

Ademais, fugindo de leituras fáceis, os autores se aproximaram, em alguma medida, de uma abordagem que considera o jornalismo a partir do conceito de campo de Pierre Bourdieu.

Portanto, implícita ou explicitamente, os autores entendem as tomadas de posição dos jornalistas econômicos como produtos de suas posições em um subespaço do campo do jornalismo e da relação desse campo e seus subespaços com outros campos sociais.

Por desdobramento, as análises colocam o campo do jornalismo como campo de poder; o que quer dizer que, em maior ou menor medida, está entrelaçado nas lutas políticas e econômicas e em relação com economistas, intelectuais, banqueiros, empresários, executivos, sindicalistas, governantes, jornalistas; agentes que produzem e reproduzem produtos simbólicos oriundos do campo do jornalismo.

No conjunto da obra, o jornalismo econômico é visto como um espaço que procura “impor uma visão legítima” sobre os fenômenos econômicos, contribuindo para
a construção social da realidade (Schudson, 1995). Dessa forma, os autores, especialmente o capítulo de Tomás Undurraga, mostram que, ao selecionar histórias, discursos e enquadramentos, os jornalistas ajudam a sedimentar o conhecimento público, performatizando realidades.

Considerar os postulados do jornalismo econômico como verdadeiros tem algumas implicações sobre as ordens sociais, pois naturaliza opções e práticas políticas e econômicas que tendem a separar a esfera econômica das outras esferas, como a cultura, a política e as relações sociais.

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