Muitas histórias do horror e sofrimento testemunhados dentro dos campos de concentração nazistas são contadas e recontadas, já estão gravadas e arquivadas. É difícil, nesses relatos, encontrar atos de esperança e força diante de todo o mal registrado durante o Holocausto. A Bibliotecária de Auschwitz é um livro diferente. É uma história verdadeira e cheia de detalhes a respeito de um professor judeu, Fredy Hirsh, que criou uma escola secreta dentro do bloco 31, no campo de concentração de Auschwitz, dedicando-se a lecionar para cerca de 500 crianças. Criou também uma biblioteca de poucos volumes com a ajuda de Dita Dorachova, uma menina judia de 14 anos que se arriscava para manter viva a esperança trazida pelo conhecimento e escondia os livros embaixo do vestido. É um registro de uma época sofrida da história, mas que também mostra a coragem de pessoas que não se renderam ao terror e se mantiveram firmes usando os livros como “arma”.
Dita é uma espécie de heroína mirim: instigada pelas lições de vida de Hirsch, figura que a fascina do início ao fim, arrisca a própria existência ao carregar os livros de um lado para outro, escondidos em bolsos internos de seu vestido. Quando os volumes não estão sendo utilizados pelos professores nas aulas clandestinas, a garota se dedica a realizar, carinhosamente, pequenos reparos nas surradas encadernações. Em meio às situações-limite que vive no campo, os relatos daquelas páginas inspiram-na a encontrar forças para seguir adiante.
Apesar do tema doloroso, A bibliotecária de Auschwitz é um romance escrito em estilo fluido, com ritmo que o credencia a uma adaptação cinematográfica. Ao final da trama, Iturbe acrescenta um relato pessoal de seu encontro com Dita Kraus, a personagem que inspirou a ficção e que hoje vive em Israel.
A Bibliotecaria De Auschwitz
- Literatura Estrangeira
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