Culpa E Laço Social

Dado o caráter de complexidade que abrange o tema da culpa, nossa intenção é reunir diversas perspectivas em torno desse conceito.

Contemplamos nos dias atuais uma série de discursos sobre os novos modos de relação com o outro, com especial enfoque em seus aspectos individualistas e narcisistas. Nesse cenário o sentimento de culpa, considerado fundamental para a ordem social, é colocado em questão devido à intensidade de valores hedonistas presentes nos laços sociais contemporâneos.

A ideia de culpa perpassa grande parte da obra freudiana. Desde as correspondências de Freud enviadas à Fliess, passando pela metapsicologia e os textos antropológicos. Trata-se de um conceito que faz parte de um sistema conceitual da psicanálise que, ao longo da obra freudiana, pode ser apreendido em seus aspectos fenomênicos.

Considerar a ideia de culpa nos convoca a compreendê-la naquilo que lhe é condição de possibilidade de existência, ou seja, a perspectiva do sujeito.

De maneira análoga, qualquer compreensão de sujeito exige-nos uma leitura que necessariamente inclui sua relação com o outro. Falamos, portanto, do caráter ético dessa discussão.

Assim, abordar a problemática da culpa necessariamente nos remete considerar as relações interumanas, uma vez que só é possível sua manifestação na dimensão alteritária. No entanto, os valores de uma sociedade individualista contribuem para novos modos de contato com o outro, e que parecem corroborar para o declínio do sentimento de culpa.

Dado o caráter de complexidade que abrange o tema da culpa, nossa intenção é reunir diversas perspectivas em torno desse conceito. Para tanto, a organização do livro foi pensada em três momentos que dialogam com a psicanálise.

A primeira seção reúne textos em que a culpa é analisada em seus aspectos éticos. Os textos articulam o problema da culpa a partir de mediações conceituais entre a psicanálise, filosofia e literatura.

A segunda seção discorre sobre as expressões da culpa na cultura contemporânea. Os textos abordam uma perspectiva social em torno do tema. O conceito de culpa é articulado a partir de considerações sobre a constituição do social e do processo civilizatório, reconhecimento e violência.

Finalizamos com textos que versam sobre análises críticas de fenômenos sociais relevantes. Nessa terceira seção os textos abordam o caráter de responsabilidade do sujeito frente ao outro. Problemas empíricos como o uso abusivo de drogas, adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, violências escolares e corrupção na política são discutidos a partir do viés da culpa e da responsabilização subjetiva.

Assim, nossas reflexões não assumiram uma posição reducionista ou maniqueísta em relação ao tema das vicissitudes do sentimento de culpa no psiquismo humano e seus efeitos na relação do sujeito com outro. Assumimos, sim, uma posição corajosa de retirar essa categoria do espaço isolado do “pré-conceito” e propor um diálogo.

Nesse sentido, convidamos o leitor para acompanhar as reflexões que se apresentam neste livro.

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Dado o caráter de complexidade que abrange o tema da culpa, nossa intenção é reunir diversas perspectivas em torno desse conceito.

Contemplamos nos dias atuais uma série de discursos sobre os novos modos de relação com o outro, com especial enfoque em seus aspectos individualistas e narcisistas. Nesse cenário o sentimento de culpa, considerado fundamental para a ordem social, é colocado em questão devido à intensidade de valores hedonistas presentes nos laços sociais contemporâneos.

A ideia de culpa perpassa grande parte da obra freudiana. Desde as correspondências de Freud enviadas à Fliess, passando pela metapsicologia e os textos antropológicos. Trata-se de um conceito que faz parte de um sistema conceitual da psicanálise que, ao longo da obra freudiana, pode ser apreendido em seus aspectos fenomênicos.

Considerar a ideia de culpa nos convoca a compreendê-la naquilo que lhe é condição de possibilidade de existência, ou seja, a perspectiva do sujeito.

De maneira análoga, qualquer compreensão de sujeito exige-nos uma leitura que necessariamente inclui sua relação com o outro. Falamos, portanto, do caráter ético dessa discussão.

Assim, abordar a problemática da culpa necessariamente nos remete considerar as relações interumanas, uma vez que só é possível sua manifestação na dimensão alteritária. No entanto, os valores de uma sociedade individualista contribuem para novos modos de contato com o outro, e que parecem corroborar para o declínio do sentimento de culpa.

Dado o caráter de complexidade que abrange o tema da culpa, nossa intenção é reunir diversas perspectivas em torno desse conceito. Para tanto, a organização do livro foi pensada em três momentos que dialogam com a psicanálise.

A primeira seção reúne textos em que a culpa é analisada em seus aspectos éticos. Os textos articulam o problema da culpa a partir de mediações conceituais entre a psicanálise, filosofia e literatura.

A segunda seção discorre sobre as expressões da culpa na cultura contemporânea. Os textos abordam uma perspectiva social em torno do tema. O conceito de culpa é articulado a partir de considerações sobre a constituição do social e do processo civilizatório, reconhecimento e violência.

Finalizamos com textos que versam sobre análises críticas de fenômenos sociais relevantes. Nessa terceira seção os textos abordam o caráter de responsabilidade do sujeito frente ao outro. Problemas empíricos como o uso abusivo de drogas, adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, violências escolares e corrupção na política são discutidos a partir do viés da culpa e da responsabilização subjetiva.

Assim, nossas reflexões não assumiram uma posição reducionista ou maniqueísta em relação ao tema das vicissitudes do sentimento de culpa no psiquismo humano e seus efeitos na relação do sujeito com outro. Assumimos, sim, uma posição corajosa de retirar essa categoria do espaço isolado do “pré-conceito” e propor um diálogo.

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