
É evidente que a rádio é um meio multiplataforma e que agrega em si os vários tipos de conteúdos, principalmente com a sua presença na Internet: desde a imagem, ao vídeo e à infografia.
O som é o formato essencial na transmissão tradicional, quer seja nas notícias, nas entrevistas e na Grande Reportagem, mas no que concerne à parte online, a rádio ainda tem margem para progredir na produção de conteúdos digitais com áudio, a sua própria essência.
Steve Jobs afirmou que não podemos olhar para o futuro sem antes olhar para o passado e é com base nesta afirmação que concentramos esta investigação e que projetamos o protótipo de uma reportagem radiofónica com recurso ao som binaural e à Realidade Aumentada (RA).
Assim, primeiramente navegamos nas ondas hertzianas e sonoras para encontrar uma ferramenta aliada ao áudio, o som binaural, que consideramos ser a mais apropriada neste contexto. Mas quisemos ir mais longe na experiência proporcionada ao ouvinte.
E nesta fórmula foi adicionada a realidade aumentada, o que significa uma tríade de conceitos a explorar: os dispositivos móveis, o som binaural e a realidade aumentada. Esta junção é possível porque os dispositivos móveis permitem a mobilidade e estão diariamente no bolso da maioria dos consumidores.
Os headphones, tão comumente utilizados pelos consumidores nos dispositivos móveis, são os wearables que permitem o consumo de qualquer informação auditiva: “listening and walking are both temporal activities that have the capacity to connect us to the physical landscape”.
O som, porque o leitor é rodeado por estímulos auditivos e o áudio binaural permite-lhe percecionar o mundo da mesma forma que o ouve, porque os ouvidos humanos são naturalmente binaurais; a realidade aumentada porque adiciona camadas de informação ao mundo real e que pode constituir, como será analisado no decorrer deste trabalho, uma ferramenta útil para contar as velhas histórias do jornalismo.
A metodologia utilizada para esta investigação centrou-se essencialmente na análise e recolha de artigos científicos e livros que correspondessem ao objeto de estudo e na realização de entrevistas semiestruturadas (ou semidiretivas) a profissionais da TSF.
