O cooperativismo e o associativismo desempenham papel relevante no desenvolvimento social e econômico dos espaços rurais da Bahia. As associações e as cooperativas têm como objetivo fomentar a ação coletiva, contribuir para a melhoria da qualidade de vida, por meio da troca de experiências, e promover a convivência com os contextos áridos que caracterizam a maior parte das áreas de produção agrícola do estado. São elas, para um contingente significativo de agricultores familiares, que organizam a produção, facilitam a compra de insumos e ampliam os canais de comercialização.
Essas organizações coletivas não têm um escopo restrito à inserção da produção familiar no mercado, ao contrário, integram um conjunto articulado de ações que visam à melhoria das comunidades nos múltiplos aspectos que demandam reivindicação e luta para garantir os direitos básicos de cidadania. Exemplo dessa premissa é a associação de trabalhadores rurais em cooperativas de crédito no Território do Sisal, semiárido baiano, que possibilitou a autonomia econômica e política do apadrinhamento clientelístico, típico das relações sociais nas regiões rurais da Bahia.
Apesar da pesquisa nacional do cooperativismo, realizada pela Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB, em 2018, demonstrar que são as classes A, B1, B2, as mais altas, que mais conhecem o movimento, respectivamente, 51%, 63%, 66%, ele também tem crescido entre os segmentos mais vulneráveis. Segundo a OCB, havia no Brasil, em 2018, 6.828 cooperativas, dessas, 205 estão localizadas na Bahia, em maior número nos ramos do transporte, trabalho, agropecuário, saúde e crédito.
Os capítulos que compõem a obra revelam a relevância do cooperativismo e do associativismo no desenvolvimento socioeconômico dos espaços rurais da Bahia nos quais estão inseridos os agricultores familiares. Seja pela articulação sociopolítica das associações e das cooperativas que reverberaram em melhorias nas condições de vida dos agricultores familiares, seja pelas experiências dos programas de compras públicas, os textos elucidam a necessidade de qualificar a gestão dos empreendimentos associativos para que assim possam se inserir nos mercados em condições mais favoráveis.