O Espaço Urbano

O objetivo desta obra é reunir um conjunto de idéias que foram sendo construídas ao longo dos últimos anos, tendo como centro o debate em torno da necessidade de construção de um “modo possível de pensar a cidade” nos dias de hoje – através da Geografia – em um momento em que a sociedade urbana se constitui a partir da generalização do processo de urbanização no mundo.
Esse processo que tem como conteúdo a realização do mundial – espaço mundial e sociedade urbana – coloca-nos diante de uma nova relação espaço-tempo, que, a meu ver, caracteriza o momento histórico atual.
Na realidade, o caminho que seguimos toma uma direção inversa às análises que consideram o tempo elemento definidor deste período, propondo, inclusive, a negação do espaço como elemento explicativo do mundo moderno. Para muitos autores, o momento atual, qualificado como pós-moderno, teria por centro definidor as mudanças no tempo, o que conduziria a um processo de “desterritorialização”.
O raciocínio desenvolvido neste livro, porém, parte do pressuposto de que as relações sociais se realizam, concretamente, na qualidade de relações espaciais – constituindo-se enquanto atividade prática. Nessa direção, a reflexão sobre a cidade é, fundamentalmente, uma reflexão sobre a prática sócio-espacial que diz respeito ao modo pelo qual se realiza a vida na cidade, enquanto formas e momentos de apropriação do espaço como elemento constitutivo da realização da existência humana.
Assim, o espaço urbano apresenta um sentido profundo, pois se revela condição, meio e produto da ação humana – pelo uso - ao longo do tempo.
Esse sentido diz respeito à superação da idéia de cidade reduzida à simples localização dos fenômenos (da indústria, por exemplo), para revelá-la como sentido da vida humana em todas as suas dimensões, – de um lado, enquanto acumulação de tempos, e de outro, possibilidade sempre renovada de realização da vida. Assim, a cidade se realizaria também, como lugar do possível – possibilidade de um projeto voltado para o futuro.
A cidade, enquanto construção humana, é um produto histórico-social e nesta dimensão aparece como trabalho materializado, acumulado ao longo do processo histórico de uma série de gerações. Expressão e significação da vida humana, obra e produto, processo histórico cumulativo, a cidade contém e revela ações passadas, ao mesmo tempo em que o futuro, que se constrói nas tramas do presente – o que nos coloca diante da impossibilidade de pensar a cidade separada da sociedade e do momento histórico analisado.

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Na realidade, o caminho que seguimos toma uma direção inversa às análises que consideram o tempo elemento definidor deste período, propondo, inclusive, a negação do espaço como elemento explicativo do mundo moderno. Para muitos autores, o momento atual, qualificado como pós-moderno, teria por centro definidor as mudanças no tempo, o que conduziria a um processo de “desterritorialização”.
O raciocínio desenvolvido neste livro, porém, parte do pressuposto de que as relações sociais se realizam, concretamente, na qualidade de relações espaciais – constituindo-se enquanto atividade prática. Nessa direção, a reflexão sobre a cidade é, fundamentalmente, uma reflexão sobre a prática sócio-espacial que diz respeito ao modo pelo qual se realiza a vida na cidade, enquanto formas e momentos de apropriação do espaço como elemento constitutivo da realização da existência humana.
Assim, o espaço urbano apresenta um sentido profundo, pois se revela condição, meio e produto da ação humana – pelo uso – ao longo do tempo.
Esse sentido diz respeito à superação da idéia de cidade reduzida à simples localização dos fenômenos (da indústria, por exemplo), para revelá-la como sentido da vida humana em todas as suas dimensões, – de um lado, enquanto acumulação de tempos, e de outro, possibilidade sempre renovada de realização da vida. Assim, a cidade se realizaria também, como lugar do possível – possibilidade de um projeto voltado para o futuro.
A cidade, enquanto construção humana, é um produto histórico-social e nesta dimensão aparece como trabalho materializado, acumulado ao longo do processo histórico de uma série de gerações. Expressão e significação da vida humana, obra e produto, processo histórico cumulativo, a cidade contém e revela ações passadas, ao mesmo tempo em que o futuro, que se constrói nas tramas do presente – o que nos coloca diante da impossibilidade de pensar a cidade separada da sociedade e do momento histórico analisado.

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