Literaturas Sul-Sul

A coletânea Literaturas Sul-Sul: Novos Trânsitos traz textos selecionados que tratam a literatura produzida em Angola, no Brasil e em Moçambique.

Mais do que um entroncamento físico, Literaturas Sul-Sul: Novos Trânsitos se apresenta como um espaço em que, ao tecer diálogos acerca da condição pós-colonial e seus desdobramentos, estabelece cruzamentos ideológicos, teóricos e convida a academia a produzir e refletir acerca de literaturas que estão tão longe e tão perto.

Essa é uma observação inevitável após a leitura de uma obra cujos textos apontam e denotam que somos um. Sul da América, América do Sul, África continental, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe ou Guiné Bissau, lusófonos (ou não), nos irmanamos abaixo da Linha do Equador, ou pouco acima dela. Ex-colônias, escravizados, explorados, expoliados. Independentemente de cronologia, nos fazemos representar por uma literatura cujos traços estéticos, no mais das vezes, insistem em contestar as relações de poder herdadas, transplantadas, impostas, adquiridas, imaginadas.

Os encaminhamentos que se podem traçar a partir desses trânsitos estéticos, poéticos, literários, culminam em uma afirmação: Mais que reivindicar um lugar para o negro, para a negritude, os textos analisados apresentam, por meio de seus autores, um grito que chama atenção para um sentimento de pertença. Para uma africanidade e para uma brasilidade que se encruzam na resistência a caminhos culturais e artísticos de apagamento traçados ao longo de tempos de dominação colonial.

Há, na proposição desses caminhos retóricos que, de sul a sul, arejam e são ventilados, questionamentos das matrizes estéticas e dos olhares lançados pela crítica ―consagrada‖, na medida em que se evidenciam e ressaltam discursos, (re)leituras e (re)escritas de sociedades antes periféricas, posto que interditos.

Resgatar ancestralidades, mitos, narrativas tradicionais, além de (re)pensar a mulher, abrem nossos olhos para os necessários questionamentos acerca de práticas culturais que, circulam, como a própria capa desta obra intenta sugerir, entre nós, estejamos em África ou em terras brasileiras. Esse processo de resgate e (re)significação, permeado que é por tensões e conflitos sociais, sutura uma identidade permanentemente a se construir nos meandros e intervalos do poder ou da ―sensação‖ de ausência dele.

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Essa é uma observação inevitável após a leitura de uma obra cujos textos apontam e denotam que somos um. Sul da América, América do Sul, África continental, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe ou Guiné Bissau, lusófonos (ou não), nos irmanamos abaixo da Linha do Equador, ou pouco acima dela. Ex-colônias, escravizados, explorados, expoliados. Independentemente de cronologia, nos fazemos representar por uma literatura cujos traços estéticos, no mais das vezes, insistem em contestar as relações de poder herdadas, transplantadas, impostas, adquiridas, imaginadas.

Os encaminhamentos que se podem traçar a partir desses trânsitos estéticos, poéticos, literários, culminam em uma afirmação: Mais que reivindicar um lugar para o negro, para a negritude, os textos analisados apresentam, por meio de seus autores, um grito que chama atenção para um sentimento de pertença. Para uma africanidade e para uma brasilidade que se encruzam na resistência a caminhos culturais e artísticos de apagamento traçados ao longo de tempos de dominação colonial.

Há, na proposição desses caminhos retóricos que, de sul a sul, arejam e são ventilados, questionamentos das matrizes estéticas e dos olhares lançados pela crítica ―consagrada‖, na medida em que se evidenciam e ressaltam discursos, (re)leituras e (re)escritas de sociedades antes periféricas, posto que interditos.

Resgatar ancestralidades, mitos, narrativas tradicionais, além de (re)pensar a mulher, abrem nossos olhos para os necessários questionamentos acerca de práticas culturais que, circulam, como a própria capa desta obra intenta sugerir, entre nós, estejamos em África ou em terras brasileiras. Esse processo de resgate e (re)significação, permeado que é por tensões e conflitos sociais, sutura uma identidade permanentemente a se construir nos meandros e intervalos do poder ou da ―sensação‖ de ausência dele.

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