Fonologia E Gramática Do Nheengatú

Aline Da Cruz - Fonologia E Gramática Do Nheengatú: A Língua Geral Falada Pelos Povos Baré, Warekena E Baniwa

Este trabalho propõe uma descrição da língua Nheengatú, a variedade moderna da língua geral amazônica, que teria se desenvolvido a partir do Tupinambá, língua da família Tupi-Guarani do subconjunto III.

O Nheengatú é falado no Alto rio Negro no noroeste da Amazônia do Brasil, por Baré, Baniwa e Werekena, povos que substituíram suas línguas tradicionais do grupo Arawak do norte pelo Nheengatú.

O Tupinambá é classificado por Rodrigues como pertencente ao subconjunto III da família Tupi-Guarani do tronco Tupi. No subconjunto III, estão além do Tupinambá, as línguas gerais: Nheengatú e a chamada língua geral paulista (ou tupi austral).

O tronco Tupi é constituído por dois grandes ramos. Ao ramo oriental pertencem as famílias Puroborá, Ramarama, Mondé e Arikém e ao ramo ocidental, pertencem as famílias Juruna, Tuparí, Mundurukú, Mawé--Awetí--Tupi-Guarani.

Atualmente, as discussões internas sobre a divisão do tronco Tupi tendem a entender a família Tupi-Guarani como um ramo da família Aweti—Tupi-Guarani, que por sua vez é classificada como um subramo da família Mawé-Aweti—Tupi-Guarani.

A família Tupi-Guarani é constituída por mais de trinta línguas. Rodrigues propõe que a família Tupi-Guarani seja subdivida em oito ramos. Os ramos IV a VIII estavam na Amazônia no momento do contato com os portugueses. Por essa razão, são também chamadas de línguas Tupi-Guarani setentrionais ou amazônicas.

Os ramos I a III são chamados de línguas Tupi-Guarani meridionais. Dietrich observa diferenças estruturais entre os grupos setentrionais ou amazônicos (IV a VIII) e o grupo meridional (I, II e III), sendo as do grupo meridional mais conservadoras.

Na mesma direção, Schleicher propõe que o Tupinambá é uma das línguas Tupi-Guarani mais conservadoras. A árvore genética situa o Tupinambá e sua continuação Nheengatú na família Tupi-Guarani.

Supõe-se que, no intervalo decorrido entre o tempo em que o Tupinambá era a língua utilizada pelo povo indígena de mesmo nome e o aparecimento do Nheengatú, teria havido uma situação linguística intermediária, nomeada língua geral brasílica.

 

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Aline Da Cruz – Fonologia E Gramática Do Nheengatú: A Língua Geral Falada Pelos Povos Baré, Warekena E Baniwa

Este trabalho propõe uma descrição da língua Nheengatú, a variedade moderna da língua geral amazônica, que teria se desenvolvido a partir do Tupinambá, língua da família Tupi-Guarani do subconjunto III.

O Nheengatú é falado no Alto rio Negro no noroeste da Amazônia do Brasil, por Baré, Baniwa e Werekena, povos que substituíram suas línguas tradicionais do grupo Arawak do norte pelo Nheengatú.

O Tupinambá é classificado por Rodrigues como pertencente ao subconjunto III da família Tupi-Guarani do tronco Tupi. No subconjunto III, estão além do Tupinambá, as línguas gerais: Nheengatú e a chamada língua geral paulista (ou tupi austral).

O tronco Tupi é constituído por dois grandes ramos. Ao ramo oriental pertencem as famílias Puroborá, Ramarama, Mondé e Arikém e ao ramo ocidental, pertencem as famílias Juruna, Tuparí, Mundurukú, Mawé–Awetí–Tupi-Guarani.

Atualmente, as discussões internas sobre a divisão do tronco Tupi tendem a entender a família Tupi-Guarani como um ramo da família Aweti—Tupi-Guarani, que por sua vez é classificada como um subramo da família Mawé-Aweti—Tupi-Guarani.

A família Tupi-Guarani é constituída por mais de trinta línguas. Rodrigues propõe que a família Tupi-Guarani seja subdivida em oito ramos. Os ramos IV a VIII estavam na Amazônia no momento do contato com os portugueses. Por essa razão, são também chamadas de línguas Tupi-Guarani setentrionais ou amazônicas.

Os ramos I a III são chamados de línguas Tupi-Guarani meridionais. Dietrich observa diferenças estruturais entre os grupos setentrionais ou amazônicos (IV a VIII) e o grupo meridional (I, II e III), sendo as do grupo meridional mais conservadoras.

Na mesma direção, Schleicher propõe que o Tupinambá é uma das línguas Tupi-Guarani mais conservadoras. A árvore genética situa o Tupinambá e sua continuação Nheengatú na família Tupi-Guarani.

Supõe-se que, no intervalo decorrido entre o tempo em que o Tupinambá era a língua utilizada pelo povo indígena de mesmo nome e o aparecimento do Nheengatú, teria havido uma situação linguística intermediária, nomeada língua geral brasílica.

 

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