Contribuições À História Intelectual Do Brasil Republicano

Contribuições À História Intelectual Do Brasil Republicano reúne os trabalhos apresentados no Simpósio Temático “História da historiografia e história intelectual do Brasil e do mundo contemporâneo” durante o V Seminário Nacional de História da Historiografia, realizado, na cidade de Mariana, em 2011, pelo Núcleo de Estudos de História da Historiografia e Modernidade (NEHM) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Uma das questões mais difíceis no que se refere à história da historiografia e à história das ideias é a relação entre contextos/experiências e textos/discursos. A dificuldade da questão é, por um lado, teórica; nela temos que lidar com conceitos aparentemente simples, mas complexos, como os de “realidade histórica”, “experiência”, “linguagem” etc. Por outro lado, há ainda a dificuldade narrativa propriamente dita.


Mesmo que bem preparado conceitualmente, um historiador pode tropeçar no momento em que for construir seu relato, dando conta das interações sutis entre discursos, textos, ideias e contextos históricos.
Tais advertências nos aproximam da proposição de Paul Ricoeur, que entendemos como um postulado geral para a história intelectual, qual seja: “Se a vida social não possui uma estrutura simbólica, não é possível compreender como vivemos, como fazemos coisas e projetamos essas atividades em ideias, não há como compreender de que modo a realidade possa chegar a ser uma ideia, nem como a vida real possa produzir ilusões”.
Tendo em vista essas questões, nosso objetivo nessa breve introdução é refletir sobre os desafios que estão colocados aos praticantes da história intelectual do período republicano de nossa história.
As práticas da história intelectual nos dias de hoje denotam uma ausência de modelos teóricos e conceitos bem definidos que indiquem caminhos seguros para a interpretação de seus objetos – panorama que, de resto, não difere do conjunto mais amplo da historiografia. As posições dos historiadores têm oscilado entre a percepção de que se trata de um estado provisório da disciplina histórica – a ser posteriormente superado por uma nova síntese – e a celebração das possibilidades abertas com a chegada do tempo das “heresias ecléticas”.
Por enquanto, os esforços mais promissores têm buscado redimensionar o papel dos textos, evitando as respostas mais simplificadoras para o seu estatuto de “documentos históricos”. Os textos, usados como fontes para a história intelectual, de acordo com as abordagens mais densas, são compreendidos como pertencentes a gêneros fronteiriços em constante diálogo entre si (textos literários, filosóficos, científicos, historiográficos etc) e também como eventos históricos em si mesmos ou então deflagradores de outros eventos.

 

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Mesmo que bem preparado conceitualmente, um historiador pode tropeçar no momento em que for construir seu relato, dando conta das interações sutis entre discursos, textos, ideias e contextos históricos.
Tais advertências nos aproximam da proposição de Paul Ricoeur, que entendemos como um postulado geral para a história intelectual, qual seja: “Se a vida social não possui uma estrutura simbólica, não é possível compreender como vivemos, como fazemos coisas e projetamos essas atividades em ideias, não há como compreender de que modo a realidade possa chegar a ser uma ideia, nem como a vida real possa produzir ilusões”.
Tendo em vista essas questões, nosso objetivo nessa breve introdução é refletir sobre os desafios que estão colocados aos praticantes da história intelectual do período republicano de nossa história.
As práticas da história intelectual nos dias de hoje denotam uma ausência de modelos teóricos e conceitos bem definidos que indiquem caminhos seguros para a interpretação de seus objetos – panorama que, de resto, não difere do conjunto mais amplo da historiografia. As posições dos historiadores têm oscilado entre a percepção de que se trata de um estado provisório da disciplina histórica – a ser posteriormente superado por uma nova síntese – e a celebração das possibilidades abertas com a chegada do tempo das “heresias ecléticas”.
Por enquanto, os esforços mais promissores têm buscado redimensionar o papel dos textos, evitando as respostas mais simplificadoras para o seu estatuto de “documentos históricos”. Os textos, usados como fontes para a história intelectual, de acordo com as abordagens mais densas, são compreendidos como pertencentes a gêneros fronteiriços em constante diálogo entre si (textos literários, filosóficos, científicos, historiográficos etc) e também como eventos históricos em si mesmos ou então deflagradores de outros eventos.

 

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