Ao Que Minha Vida Veio…

Ao Que Minha Vida Veio...ao longo da investigação, acompanhamos as mudanças que as revelações operam na mente do narrador, afetado pela própria busca.

Como seu próprio título (Ao Que Minha Vida Veio…), seguido de reticências, este romance não é uma narrativa direta que logo anuncie a linha de seu enredo e depois vá explicando tudo completamente. A história, ambientada primordialmente no interior de São Paulo, a partir da década de trinta do século passado, e contada pelo neto de Josefo, “contador emérito de histórias sem beiras, de casos de quase soltas causas”, tem uma estruturação aparentada com os causos. Ou seja, é elaborada em uma linguagem saborosa que alonga as frases em torneios e detalhes sobre o que se passou. Como para o narrador é relevante descobrir quem foram seus pais, ao contar sua procura, ele também vai dando um sentido ao seu percurso.

A pergunta básica é exatamente a que faz Juca Capucho ao narrador-personagem: “Então ‘cê quer mais é saber de onde qual progenitura é que é mesma a sua, é não mesmo?!”. O leitor, entretanto, não deve esperar nem que esta nem que todas as outras indagações do percurso tenham respostas cartesianas ou retas, pois o tom que predomina na escrita é sempre o indireto e o furta-cor. Quem conta a história não é um narrador que sabe de tudo, nem alguém que vai lançar luzes claras sobre ela, até porque nada é absolutamente claro para ele.

O enigma a que se refere o título, enigma o qual se pode imaginar que vai ser desvendado à medida que a leitura do texto avança (e o narrador-personagem se envolve em uma busca de suas origens), na verdade percorre e alimenta o romance todo. De fato, não pode ser resolvido com uma simples resposta, porque não é somente uma procura de pai e mãe, mas também da identidade do narrador.

Como numa história de detetive, em que o leitor só sabe o que o detetive descobre, vamos investigando, junto com o narrador, vestígios do que aconteceu antes da própria existência dele e pistas derivadas de sua vivência com outros personagens, vivência que é reinterpretada sucessivamente. Assim, ao longo da investigação, acompanhamos as mudanças que as revelações operam na mente do narrador, que é afetado pelos resultados de sua própria busca.

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Como seu próprio título (Ao Que Minha Vida Veio…), seguido de reticências, este romance não é uma narrativa direta que logo anuncie a linha de seu enredo e depois vá explicando tudo completamente. A história, ambientada primordialmente no interior de São Paulo, a partir da década de trinta do século passado, e contada pelo neto de Josefo, “contador emérito de histórias sem beiras, de casos de quase soltas causas”, tem uma estruturação aparentada com os causos. Ou seja, é elaborada em uma linguagem saborosa que alonga as frases em torneios e detalhes sobre o que se passou. Como para o narrador é relevante descobrir quem foram seus pais, ao contar sua procura, ele também vai dando um sentido ao seu percurso.

A pergunta básica é exatamente a que faz Juca Capucho ao narrador-personagem: “Então ‘cê quer mais é saber de onde qual progenitura é que é mesma a sua, é não mesmo?!”. O leitor, entretanto, não deve esperar nem que esta nem que todas as outras indagações do percurso tenham respostas cartesianas ou retas, pois o tom que predomina na escrita é sempre o indireto e o furta-cor. Quem conta a história não é um narrador que sabe de tudo, nem alguém que vai lançar luzes claras sobre ela, até porque nada é absolutamente claro para ele.

O enigma a que se refere o título, enigma o qual se pode imaginar que vai ser desvendado à medida que a leitura do texto avança (e o narrador-personagem se envolve em uma busca de suas origens), na verdade percorre e alimenta o romance todo. De fato, não pode ser resolvido com uma simples resposta, porque não é somente uma procura de pai e mãe, mas também da identidade do narrador.

Como numa história de detetive, em que o leitor só sabe o que o detetive descobre, vamos investigando, junto com o narrador, vestígios do que aconteceu antes da própria existência dele e pistas derivadas de sua vivência com outros personagens, vivência que é reinterpretada sucessivamente. Assim, ao longo da investigação, acompanhamos as mudanças que as revelações operam na mente do narrador, que é afetado pelos resultados de sua própria busca.

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