Uma verdade universal: não existe saúde sem recursos humanos em saúde. Qualquer sistema de saúde se efetiva por meio da força de trabalho, ou seja, do conjunto de profissionais e trabalhadores suficiente, competentes, comprometidos e valorizados pelo seu sistema de saúde, organizados de maneira a que sejam dadas respostas à cidadania de acordo com os direitos que ela têm e com a qualidade e excelência requeridas.
A saúde mundial é forçada a lidar com novos desafios em um ritmo acelerado, sem necessariamente ter vencido alguns antigos. Os sistemas de saúde ainda se deparam com uma tendência à fragmentação e, consequentemente, a apresentar soluções incapazes de atender integralmente às necessidades de saúde presentes neste contexto dinâmico.
Ainda que exista um conjunto significativo de evidências que amparam o trabalho e a formação interprofissional como uma das alternativas de enfrentamento a esses desafios, o desejo de engajar-se em um compromisso vindouro também é frequentemente interrompido por crises econômicas e sanitárias, pelo aumento dos custos e gastos com assistência à saúde e por pressões de diversos setores que ou se beneficiam diretamente com as consequências desse modelo, ou que estão ainda presos e capturados por esta lógica por conservadorismo e dificuldade de lidar com o que fuja do tradicional.
Aprender Com A Prática E Atuar Em Coletivos articula o desenvolvimento profissional contínuo pelos desafios da ação colaborativa, revelando as linhas de entrecruzamento ensino e trabalho na saúde, conforme a documentação de contextos educacionais cooperativos de formação interdisciplinar, de educação em serviço para pessoal do nível superior e técnico, de estágios de graduação, de residência, de educação profissional e até de educação popular, além da integração ensino-serviço-comunidade e da implementação de novas políticas públicas de atenção.