Affonso José Santos – Barão Do Rio-Branco: Cadernos De Notas Vol. 5

Chegamos com este quinto volume do Cadernos De Notas ao ano de 1900, o ano da vitória, vitória com o laudo que o Conselho Federal suíço decidiu ser favorável ao Brasil.
Mas para se chegar a tal vitória, consumada em dezembro desse ano, Rio-Branco ainda teria de enfrentar percurso extremamente acidentado e desgastante.


Esse quadro não tardou a se fazer presente, logo no início do ano, quando Rio-Branco voltou a ser obrigado a se ocupar da retenção de seus assessores, Domício da Gama e Hippolyto de Araújo, expostos a decisão da Secretaria de Estado, no sentido de removê-los para outros destinos.
A justificativa para tal iniciativa, comunicada de maneira direta e sem rodeios, fundamentava-se na presunção de haver ... diminuto serviço após [a] réplica.
Sempre dentro dos limites do comedimento que lhe era próprio, e com sua maneira respeitosa de enfrentar dificuldades que lhe eram impostas, Rio-Branco utilizou em seu ofício de resposta argumentos diversos, no esforço de reter seus assessores.
Entre esses, levanta a possibilidade de ainda terem de enfrentar “tréplica”; rebate a alegação de diminuto serviço na missão especial, com a afirmação fina e irônica de nela haver mais trabalho do que o ordinário de qualquer de nossas legações; e por a missão especial se encontrar ocupada com a refutação da Réplica francesa.
Acrescentou que, segundo informação que recebeu do Conselho Federal, não era de se descartar a possibilidade de, depois de terminados os relatórios dos peritos nomeados, que o árbitro ordenasse que cada uma das Partes fizesse observações sobre a Réplica da outra, indicando os erros que encontre, com o fim de facilitar o trabalho dos juízes.
Tratava-se de mais uma dificuldade que a Secretaria de Estado (leia-se Olyntho de Magalhães) levantava contra seu trabalho, e ainda que se tivesse impacientado, Rio-Branco não deixou passar a ocasião, sem procurar tirar proveito da nova imposição e convertê‑la em benefício para seus assessores.

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Mas para se chegar a tal vitória, consumada em dezembro desse ano, Rio-Branco ainda teria de enfrentar percurso extremamente acidentado e desgastante.
Esse quadro não tardou a se fazer presente, logo no início do ano, quando Rio-Branco voltou a ser obrigado a se ocupar da retenção de seus assessores, Domício da Gama e Hippolyto de Araújo, expostos a decisão da Secretaria de Estado, no sentido de removê-los para outros destinos.
A justificativa para tal iniciativa, comunicada de maneira direta e sem rodeios, fundamentava-se na presunção de haver … diminuto serviço após [a] réplica.
Sempre dentro dos limites do comedimento que lhe era próprio, e com sua maneira respeitosa de enfrentar dificuldades que lhe eram impostas, Rio-Branco utilizou em seu ofício de resposta argumentos diversos, no esforço de reter seus assessores.
Entre esses, levanta a possibilidade de ainda terem de enfrentar “tréplica”; rebate a alegação de diminuto serviço na missão especial, com a afirmação fina e irônica de nela haver mais trabalho do que o ordinário de qualquer de nossas legações; e por a missão especial se encontrar ocupada com a refutação da Réplica francesa.
Acrescentou que, segundo informação que recebeu do Conselho Federal, não era de se descartar a possibilidade de, depois de terminados os relatórios dos peritos nomeados, que o árbitro ordenasse que cada uma das Partes fizesse observações sobre a Réplica da outra, indicando os erros que encontre, com o fim de facilitar o trabalho dos juízes.
Tratava-se de mais uma dificuldade que a Secretaria de Estado (leia-se Olyntho de Magalhães) levantava contra seu trabalho, e ainda que se tivesse impacientado, Rio-Branco não deixou passar a ocasião, sem procurar tirar proveito da nova imposição e convertê‑la em benefício para seus assessores.

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