
O LIVREto que você tem em mãos é uma tentATIVA de fazer circular uma nova produção sobre a infância, entre trabalhadores, investigadores do cotidiano, equipes, gestores, pesquisadores e curiosos interessados pelo tema da infância e da adolescência. Interessa essa invenção aos que se referenciam pelo brincar como algo sério e pelas lembranças de sua infância.
“O Que De Nós Tornaremos Público” é a adaptação de um dos capítulos do mestrado profissional citado acima. Para que o mesmo pudesse tomar o corpo do texto atual os sujeitos que participaram desta pesquisa foram essenciais e centrais.
Gostaríamos de destacar, então, que os participantes desta pesquisa foram corajosos ao falar de si e das relações sociais, econômicas e de um dado momento histórico no qual estavam inseridos quando crianças e adolescentes.
Um brinquedo ou uma brincadeira fala sobre aquele que brinca, como fala, também, de uma dada conexão com a sociedade da época e com a de agora. É uma lembrança.
É também uma confidência sensível que brota da possibilidade de falar de si. E por esses motivos temos profunda responsabilidade como pesquisadoras com o que estamos trazendo aqui.
É pela aposta que produzimos uma pesquisa dando passagem às lembranças de brinquedos e brincadeiras, à possibilidade de revisitar-nos, dando-se língua aos afetos e colhendo seus efeitos, que agradecemos a esses participantes que conosco estiveram e que foram, um a um, imprescindíveis!
Esclarecemos que seus nomes foram modificados e cada um dos sete participantes escolheu para si um outro modo para serem aqui nomeados. O local de trabalho no qual fora feito o convite à participação para a pesquisa também não será divulgado.
O que interessa para nós não é o nome desses sujeitos, nem o local de trabalho, mas o convite é pela possibilidade de falar-rememorar, de habilitar-se, e de habitar uma outra experiência, uma outra conexão, tornar algo público para si e para o outro, descobrir, revisitar-se, dissociar-se em nossos engessamentos e rigidezes e, quem sabe, transmitir uma realidade mais possível, como os testemunhos sensíveis confiados a nós ao longo destes relatos.
