O resultado final, cremos, poderá ser aproveitado pelos leitores interessados em conhecer alguns portos de passagem desses dois pensadores franceses, com experiências diversas, ora na França, ora no Brasil.
É um diálogo entre dois pesquisadores (com uma ou outra participação de nossa parte) cuja abordagem se revela provocativa para a compreensão das políticas de alfabetização na França e no Brasil. Mais do que história, o que se tem aqui são proposições para um futuro na alfabetização em que a liberdade de pensar e a apropriação dos atos com linguagem escrita estejam no cerne das relações humanas.
Além destas palavras iniciais e um pequeno epílogo, o livro é composto por outras partes. A primeira apresentará brevemente Foucambert e Bajard, para que o leitor tome conhecimento de contexto de vida e de formação dos referidos autores. Em seguida, Diálogos no encontro na Associação Francesa para a Leitura, é um trabalho de degravação e de tradução da conversa sobre alfabetização e leiturização entre Bajard e Foucambert, com algumas participações dos organizadores desta obra.
O texto original, sonoro, materializou-se, aqui neste livro, pela formulação textual escrita e, por este motivo, algumas marcas da construção textual oral foram mantidas, entre as quais as retomadas, as repetições e as modalizações.
No terceiro momento, oferecemos ao leitor a Carta das cidades-leitoras, uma tradução de um artigo escrito por Jean Foucambert, publicado pela Associação Francesa para a Leitura (AFL) na revista Atos de leitura, n. 26 junho, 1989. E por fim, apresentamos o Manifesto dos usuários da escrita, um artigo de Élie Bajard, originalmente publicado na revista Ensino em Re-Vista, n.1 (jan./jun.), 2014.