Inclusão, Diferença E Políticas Públicas

Ao ler os textos de Inclusão, Diferença E Políticas Públicas fica a presença silenciosa do necessário diálogo e reflexão sobre a desigualdade

Os acontecimentos que compõem a racionalidade política e econômica neoliberal traçam fortemente o enquadramento dado para a abordagem da inclusão. Portanto, muito mais do que as políticas de inclusão, os autores convidam para pensar as identidades e as fronteiras.

Tal fato exige dos leitores um posicionamento crítico e um afastamento analítico-interpretativo das formas de luta do presente tematizadas no livro. Ao ler os textos contidos em Inclusão, Diferença E Políticas Públicas, fica a presença silenciosa do necessário diálogo e reflexão sobre a desigualdade. Desigualdade que resulta da matriz econômico-política que constitui parte dos significados para o que estrutura as formas de luta do presente.

A inclusão, como é entendida pelo conjunto dos autores e autoras, é uma derivada das ações de governo e de Estado. Dito de outra maneira, é uma decorrência da necessidade de regulação da população.

Todavia, a identidade não constitui categoria suficiente — embora seja politicamente necessária — para matizar com cores fortes aqueles indivíduos que são submetidos às práticas frustradas, porém aviltantes, de invisibilização de suas vidas.

Mais do que a própria diferença, entendida como impositiva filosófica, o que está em jogo em Inclusão, Diferença E Políticas Públicas são as identidades. Porém, “por fora” ou nas bordas dos textos, convido leitores e leitoras a pensarem em como estão sendo ativas e eficientes as práticas de invisibilização daqueles indivíduos que, cada vez em maior número, não se enquadram nas políticas identitárias dos direitos e da inclusão.

Em cada desdobramento do grande tema da inclusão, importa lembrar que o ponto de partida é o Estado. Trata-se de políticas que visam ao governamento e à regulação da população. Neste enquadramento, não só assistimos às lutas pela igualdade de acesso e de permanência de todos nos espaços ditos para todos, como também as promovemos.

Todavia, parece que nos esquecemos de que tais lutas por direitos não estão partindo de investimentos que visem a mudar, em longo prazo, a história de discriminações negativas que forjaram as brutais desigualdades sobre as quais o Brasil foi construído.

Portanto, a luta pela inclusão e pela diversidade mantém a temática da inclusão na pauta da política e das negociações dos grupos identitários; porém, não modifica a cultura, que segue devolvendo os investimentos feitos, em forma de genocídio, feminicídio, eugenismo tecnocientífico, etc. Seguimos com a intensão de incluir, mas sem mudar a matriz econômica, política e educacional da desigualdade.

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Ao ler os textos de Inclusão, Diferença E Políticas Públicas fica a presença silenciosa do necessário diálogo e reflexão sobre a desigualdade

Os acontecimentos que compõem a racionalidade política e econômica neoliberal traçam fortemente o enquadramento dado para a abordagem da inclusão. Portanto, muito mais do que as políticas de inclusão, os autores convidam para pensar as identidades e as fronteiras.

Tal fato exige dos leitores um posicionamento crítico e um afastamento analítico-interpretativo das formas de luta do presente tematizadas no livro. Ao ler os textos contidos em Inclusão, Diferença E Políticas Públicas, fica a presença silenciosa do necessário diálogo e reflexão sobre a desigualdade. Desigualdade que resulta da matriz econômico-política que constitui parte dos significados para o que estrutura as formas de luta do presente.

A inclusão, como é entendida pelo conjunto dos autores e autoras, é uma derivada das ações de governo e de Estado. Dito de outra maneira, é uma decorrência da necessidade de regulação da população.

Todavia, a identidade não constitui categoria suficiente — embora seja politicamente necessária — para matizar com cores fortes aqueles indivíduos que são submetidos às práticas frustradas, porém aviltantes, de invisibilização de suas vidas.

Mais do que a própria diferença, entendida como impositiva filosófica, o que está em jogo em Inclusão, Diferença E Políticas Públicas são as identidades. Porém, “por fora” ou nas bordas dos textos, convido leitores e leitoras a pensarem em como estão sendo ativas e eficientes as práticas de invisibilização daqueles indivíduos que, cada vez em maior número, não se enquadram nas políticas identitárias dos direitos e da inclusão.

Em cada desdobramento do grande tema da inclusão, importa lembrar que o ponto de partida é o Estado. Trata-se de políticas que visam ao governamento e à regulação da população. Neste enquadramento, não só assistimos às lutas pela igualdade de acesso e de permanência de todos nos espaços ditos para todos, como também as promovemos.

Todavia, parece que nos esquecemos de que tais lutas por direitos não estão partindo de investimentos que visem a mudar, em longo prazo, a história de discriminações negativas que forjaram as brutais desigualdades sobre as quais o Brasil foi construído.

Portanto, a luta pela inclusão e pela diversidade mantém a temática da inclusão na pauta da política e das negociações dos grupos identitários; porém, não modifica a cultura, que segue devolvendo os investimentos feitos, em forma de genocídio, feminicídio, eugenismo tecnocientífico, etc. Seguimos com a intensão de incluir, mas sem mudar a matriz econômica, política e educacional da desigualdade.

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