
A obra Njinga Mbande: Rainha Do Ndongo E Do Matamba, uma publicação digital sobre uma das lideranças mais expressivas que Angola já teve, um marco de governança feminina fora do comum, que se revelou como negociadora e diplomata ímpar, além de apresentar táticas de guerra e espionagem importantes para resistir aos projetos de colonização portuguesa.
Além de conteúdos descritivos, a publicação também conta com dossiê pedagógico e uma história em quadrinhos qua ajudam a compreender e trabalhar melhor com a biografia abordada.
Ao todo, são 56 páginas que, ao tratar da história da personagem principal, também faz conexões com a história de Angola e seus desafios, como o tráfico de escravizados(as), construção de identidade da população e como a figura e atitudes de Njinga inspiraram diversas religiões de origem africana.
Njinga a Mbande (1581 – 1663), rainha do Ndongo e do Matamba, marcou a história de Angola do século XVII. Os projetos mercantis europeus, em particular de desenvolvimento do tráfico de escravos na costa da África austral, alteram a paisagem política, social e cultural do reino do Ndongo e de toda a região.
Foi neste contexto que Njinga a Mbande cresceu e se impõe como um notável exemplo de governo feminino.
Em 1617, Ngola Mbande Kiluanji, rei do Ndongo, morre. O seu filho, Ngola Mbande, torna-se o novo rei. Porém, não tem o carisma do seu pai, nem a inteligência da sua irmã Njinga a Mbande.
Em 1622, influenciado pelos portugueses, envia Njinga a Mbande como embaixadora a Luanda para negociar a paz com Dom João Correia De Sousa, vice-rei de Portugal.
Njinga revela-se então como uma negociadora e uma diplomata fora do comum.
Em 1624, Ngola Mbande morre. Njinga toma posse e torna-se rainha. Impõe-se desde logo como uma soberana de exceção.
A sua tática de guerra e de espionagem, as suas qualidades como diplomata, a sua capacidade para tecer múltipla e estratégicas alianças, e por fim o seu conhecimento das implicações comerciais e religiosas, permitir-lhe-ão opor resistência tenaz aos projetos coloniais portugueses até à sua morte em 1663.
