O Muro

A obra de Sartre, complexa e inacabada, desdobra-se em diversos gêneros. Sartre é considerado um grande dramaturgo, um dos maiores críticos literários de nossa época, romancista infatigável e um filósofo cujas ideias são continuamente retomadas por nossos contemporâneos.


Títulos como Huis clos, Qu’est-ce que la littérature, La nausée e L’être et le néant, para citar apenas um exemplo de cada gênero, tornaram-se cânones da literatura ocidental que fizeram do autor um chef d’école, o Existencialismo.
Menos conhecido entre nós, o conjunto de suas novelas chamou a atenção da crítica à época de sua publicação.
Escritos em épocas distintas, esses textos foram reunidos numa coletânea intitulada O Muro (Le mur), publicada em 1939. Sartre retoma os modelos narrativos anglo-saxões (Hemingway, Dos Passos, Joyce) criando monólogos e narrativas polifônicas.
A coletânea é considerada um marco na história literária (recebe o Prêmio Populista em 1940) e a excelência do autor no gênero é reconhecida, ainda que não tenha repetido esta experiência.
Essas primeiras novelas, assim como A náusea (La nausée, 1938) e o primeiro ensaio A transcendência do ego (La transcendance de l’ego, 1936), escritas no início de sua carreira, apresentam uma abordagem intelectual e os acontecimentos constituem experiências filosóficas.
A coletânea O Muro, de título evocador, reúne cinco textos de tamanhos variados que exploram a sexualidade patológica, as mazelas familiares da burguesia, os labirintos da consciência, a loucura, a morbidez. Essas “viagens ao fundo da noite” foram, inclusive, colocadas em referência a Céline. São eles: O Muro (“Le mur”), “O quarto” (“La chambre”),
“Erostrato” (“Erostrato”), “Intimidade” (“Intimité”) e “A infância de um chefe” (L’enfance d’un chef). Os textos de abertura e de fechamento da coletânea apresentam, entretanto, um nítido aspecto político: o primeiro trata da Guerra Civil Espanhola e o último, do fascismo na França.
Os demais fizeram com que a crítica, sobretudo de extrema-direita, forjasse uma imagem de Sartre como um escritor voltado para o repugnante e o obsceno.
A novela intitulada O Muro, que empresta seu título ao conjunto, se destaca no que se refere à sua relação à Guerra Civil Espanhola.
O Muro foi inicialmente publicado na N.R.F. (Nouvelle Revue Française) em julho de 1937, que até então pouco havia publicado sobre o assunto. Escrita um ano após o início dessa guerra, o processo de publicação do texto ocorre paralelamente ao de A Náusea...

 

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O Muro

A obra de Sartre, complexa e inacabada, desdobra-se em diversos gêneros. Sartre é considerado um grande dramaturgo, um dos maiores críticos literários de nossa época, romancista infatigável e um filósofo cujas ideias são continuamente retomadas por nossos contemporâneos.
Títulos como Huis clos, Qu’est-ce que la littérature, La nausée e L’être et le néant, para citar apenas um exemplo de cada gênero, tornaram-se cânones da literatura ocidental que fizeram do autor um chef d’école, o Existencialismo.
Menos conhecido entre nós, o conjunto de suas novelas chamou a atenção da crítica à época de sua publicação.
Escritos em épocas distintas, esses textos foram reunidos numa coletânea intitulada O Muro (Le mur), publicada em 1939. Sartre retoma os modelos narrativos anglo-saxões (Hemingway, Dos Passos, Joyce) criando monólogos e narrativas polifônicas.
A coletânea é considerada um marco na história literária (recebe o Prêmio Populista em 1940) e a excelência do autor no gênero é reconhecida, ainda que não tenha repetido esta experiência.
Essas primeiras novelas, assim como A náusea (La nausée, 1938) e o primeiro ensaio A transcendência do ego (La transcendance de l’ego, 1936), escritas no início de sua carreira, apresentam uma abordagem intelectual e os acontecimentos constituem experiências filosóficas.
A coletânea O Muro, de título evocador, reúne cinco textos de tamanhos variados que exploram a sexualidade patológica, as mazelas familiares da burguesia, os labirintos da consciência, a loucura, a morbidez. Essas “viagens ao fundo da noite” foram, inclusive, colocadas em referência a Céline. São eles: O Muro (“Le mur”), “O quarto” (“La chambre”),
“Erostrato” (“Erostrato”), “Intimidade” (“Intimité”) e “A infância de um chefe” (L’enfance d’un chef). Os textos de abertura e de fechamento da coletânea apresentam, entretanto, um nítido aspecto político: o primeiro trata da Guerra Civil Espanhola e o último, do fascismo na França.
Os demais fizeram com que a crítica, sobretudo de extrema-direita, forjasse uma imagem de Sartre como um escritor voltado para o repugnante e o obsceno.
A novela intitulada O Muro, que empresta seu título ao conjunto, se destaca no que se refere à sua relação à Guerra Civil Espanhola.
O Muro foi inicialmente publicado na N.R.F. (Nouvelle Revue Française) em julho de 1937, que até então pouco havia publicado sobre o assunto. Escrita um ano após o início dessa guerra, o processo de publicação do texto ocorre paralelamente ao de A Náusea

 

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