A Filosofia Na Idade Trágica Dos Gregos

Em A Filosofia Na Idade Trágica Dos Gregos, Nietzsche busca explicar, de modo sucinto, as ideias dos primeiros filósofos gregos, que, para ele, foram os primeiros filósofos verdadeiros. Tudo começa com Tales, que propôs que tudo originava-se da água.

Para Nietzsche, porém, ele afasta-se da mitologia ao excluir qualquer fabulação, de modo direto. Pela primeira vez alguém um homem preocupava-se com o ser, sem o intermédio da religião.
A Tales segue-se Anaximandro, para quem tudo no mundo expiava a injustiça de existir ao perecer. Divide, assim, o mundo em algo dual- que, no entanto, não o deveria ser. Nietzsche não apenas vê Anaximandro como o primeiro pessimista verdadeiro- o primeiro dos filósofos a ter uma visão trágica de mundo– mas também o aproxima de Schopenhauer.
Ao mesmo tempo o próprio Nietzsche parece querer aproximar-se da figura de Heráclito, que derrubou as ideias de Anaximandro, indicando, talvez, a proximidade de sua ruptura com Schopenhauer. Heráclito negava a hipótese de um universo dual, unindo o ser e o não ser, legitimando apenas o vir a ser.
A Filosofia Na Idade Trágica Dos Gregos, porém, não trata apenas sobre a filosofia helênica. Talvez mais poderosa do que a coleção comentada do pensar dos primeiros filósofos seja a crítica que o filólogo alemão faz ao seu próprio tempo: além de começar a desconstruir seu predecessor pessimista, ataca a lógica kantiana e, mais importante ainda, critica a pretensa filosofia da modernidade como mera erudição, um repetir incansável de velhas ideias sem que nada de original seja realmente criado.
Existe ainda a crítica à modernidade que não permite que os filósofos vivam de acordo com suas teorias: Tales, Anaximandro, Heráclito, Péricles, Empédocles, Demócrito e Anaxágoras, todos podiam estender sua filosofia para todas os seus atos, desde o modo de caminhar até suas escolhas políticas. Na modernidade o aparato estatal impede isso, fazendo com que a filosofia seja limitada a ser mera teoria, e isso, junto com a tendência a erudição, acaba com as possibilidades do gênio criativo.
A Filosofia Na Idade Trágica Dos Gregos é uma obra relativamente simples para os padrões de Nietzsche mas, nem por isso, torna-se fácil. Os conceitos utilizados, como ser, não ser e vir a ser, podem ser um pouco confusos para o leitor pouco acostumados às vicissitudes do vocabulário filosófico. Ainda assim, A Filosofia Na Idade Trágica Dos Gregos é indicado não apenas para quem já conhece e gosta da obra do alemão, mas é uma boa maneira de se ter um primeiro contato tanto com ele quanto com os gregos sobre os quais ele discorre.

       

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Em A Filosofia Na Idade Trágica Dos Gregos, Nietzsche busca explicar, de modo sucinto, as ideias dos primeiros filósofos gregos, que, para ele, foram os primeiros filósofos verdadeiros. Tudo começa com Tales, que propôs que tudo originava-se da água. Para Nietzsche, porém, ele afasta-se da mitologia ao excluir qualquer fabulação, de modo direto. Pela primeira vez alguém um homem preocupava-se com o ser, sem o intermédio da religião.
A Tales segue-se Anaximandro, para quem tudo no mundo expiava a injustiça de existir ao perecer. Divide, assim, o mundo em algo dual- que, no entanto, não o deveria ser. Nietzsche não apenas vê Anaximandro como o primeiro pessimista verdadeiro- o primeiro dos filósofos a ter uma visão trágica de mundo– mas também o aproxima de Schopenhauer.
Ao mesmo tempo o próprio Nietzsche parece querer aproximar-se da figura de Heráclito, que derrubou as ideias de Anaximandro, indicando, talvez, a proximidade de sua ruptura com Schopenhauer. Heráclito negava a hipótese de um universo dual, unindo o ser e o não ser, legitimando apenas o vir a ser.
A Filosofia Na Idade Trágica Dos Gregos, porém, não trata apenas sobre a filosofia helênica. Talvez mais poderosa do que a coleção comentada do pensar dos primeiros filósofos seja a crítica que o filólogo alemão faz ao seu próprio tempo: além de começar a desconstruir seu predecessor pessimista, ataca a lógica kantiana e, mais importante ainda, critica a pretensa filosofia da modernidade como mera erudição, um repetir incansável de velhas ideias sem que nada de original seja realmente criado.
Existe ainda a crítica à modernidade que não permite que os filósofos vivam de acordo com suas teorias: Tales, Anaximandro, Heráclito, Péricles, Empédocles, Demócrito e Anaxágoras, todos podiam estender sua filosofia para todas os seus atos, desde o modo de caminhar até suas escolhas políticas. Na modernidade o aparato estatal impede isso, fazendo com que a filosofia seja limitada a ser mera teoria, e isso, junto com a tendência a erudição, acaba com as possibilidades do gênio criativo.
A Filosofia Na Idade Trágica Dos Gregos é uma obra relativamente simples para os padrões de Nietzsche mas, nem por isso, torna-se fácil. Os conceitos utilizados, como ser, não ser e vir a ser, podem ser um pouco confusos para o leitor pouco acostumados às vicissitudes do vocabulário filosófico. Ainda assim, A Filosofia Na Idade Trágica Dos Gregos é indicado não apenas para quem já conhece e gosta da obra do alemão, mas é uma boa maneira de se ter um primeiro contato tanto com ele quanto com os gregos sobre os quais ele discorre.

       

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