Vozes De Uma Cidade E Seus Personagens Em Lima Barreto

Vozes De Uma Cidade E Seus Personagens Em Lima Barreto - Por meio de sua narrativa precisa, o autor deste livro demonstra o domínio que tem tanto do conteúdo, quanto da forma.
Uma intricada trama desvenda-se, tendo como mediadoras as vicissitudes de um meio urbano – a cidade do Rio de Janeiro do início do século XX – que aparece, não simplesmente como um pano de fundo, o que por si só já seria apreciável, mas como mais uma protagonista nessa trama que elege o dialogismo como suporte.


O que têm a ver Isaías Caminha, personagem de Lima Barreto, com a própria biografia desse autor, o jornalista que ele era com a literatura que escreveu? O que o livro de Lima Barreto tem a ver com Dostoievski e Bakhtin? Por que o Rio de Janeiro é o cenário privilegiado dessa trama?
Para responder a tantas questões complexas como essas, o autor desenvolve uma narrativa, que tem por base apenas um capítulo de sua tese de doutorado, sólida e estimulante.
Lima Barreto e a personagem protagonista em seu primeiro romance, Recordações do escrivão Isaías Caminha, escrito em 1909, confundem-se para radiografar criticamente uma sociedade marcada pelo elitismo, pela hipocrisia e pelo preconceito. A República Velha, que tinha o Rio de Janeiro como centro de poder, mantinha privilégios inaceitáveis para uma sociedade que se propunha tornar-se moderna. Isaías, um jovem brilhante, precisava de apoio para realizar os estudos que desejava.
Não tendo acesso aos tais privilégios, vê-se cada vez mais limitado em possibilidades e termina por ingressar na redação de um grande jornal. A partir daí, Lima Barreto – considerado um realista – lança mão de sua própria experiência e estilo, despojado dos floreios do parnasianismo vigente, para relatar os bastidores da imprensa brasileira. Assim, como indicado no texto, muitas vozes se entrecruzam, embora autonomamente, numa polifonia à la Bakhtin, comparável, em alguma medida, à literatura de Doistoievski. Lima Barreto e Caminha têm muito em comum, em particular o fato de estarem inseridos num mesmo contexto histórico-geográfico e de neste serem imbricados.

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Vozes De Uma Cidade E Seus Personagens Em Lima Barreto – Por meio de sua narrativa precisa, o autor deste livro demonstra o domínio que tem tanto do conteúdo, quanto da forma.
Uma intricada trama desvenda-se, tendo como mediadoras as vicissitudes de um meio urbano – a cidade do Rio de Janeiro do início do século XX – que aparece, não simplesmente como um pano de fundo, o que por si só já seria apreciável, mas como mais uma protagonista nessa trama que elege o dialogismo como suporte.
O que têm a ver Isaías Caminha, personagem de Lima Barreto, com a própria biografia desse autor, o jornalista que ele era com a literatura que escreveu? O que o livro de Lima Barreto tem a ver com Dostoievski e Bakhtin? Por que o Rio de Janeiro é o cenário privilegiado dessa trama?
Para responder a tantas questões complexas como essas, o autor desenvolve uma narrativa, que tem por base apenas um capítulo de sua tese de doutorado, sólida e estimulante.
Lima Barreto e a personagem protagonista em seu primeiro romance, Recordações do escrivão Isaías Caminha, escrito em 1909, confundem-se para radiografar criticamente uma sociedade marcada pelo elitismo, pela hipocrisia e pelo preconceito. A República Velha, que tinha o Rio de Janeiro como centro de poder, mantinha privilégios inaceitáveis para uma sociedade que se propunha tornar-se moderna. Isaías, um jovem brilhante, precisava de apoio para realizar os estudos que desejava.
Não tendo acesso aos tais privilégios, vê-se cada vez mais limitado em possibilidades e termina por ingressar na redação de um grande jornal. A partir daí, Lima Barreto – considerado um realista – lança mão de sua própria experiência e estilo, despojado dos floreios do parnasianismo vigente, para relatar os bastidores da imprensa brasileira. Assim, como indicado no texto, muitas vozes se entrecruzam, embora autonomamente, numa polifonia à la Bakhtin, comparável, em alguma medida, à literatura de Doistoievski. Lima Barreto e Caminha têm muito em comum, em particular o fato de estarem inseridos num mesmo contexto histórico-geográfico e de neste serem imbricados.

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