Anarquismo Anticolonial

Coletivo Editorial Adandé (Org.) - Anarquismo Anticolonial

Uma das chaves históricas para entender essa necessária síntese que chamamos aqui de Anarquismo Anticolonial é a derrota da revolução e guerra civil espanhola (1936-39).

Uma das maiores derrotas da história tanto para proletariado e os povos do mundo, quanto possivelmente, a maior de todas para o anarquismo internacional e o programa revolucionário socialista e autogestionário.

Entre os debates travados durante a guerra e a revolução na Espanha e a disputa entres as diferentes posições anarquistas sobre o processo revolucionário, Camilo Berneri, intelectual e militante que comandou o destacamento internacional de anarquistas italianos que ficou conhecido como Batalhão da Morte, ou Batalhão Malatesta, pontuava em uma carta aberta dirigida à então ministra Federica Montseny sua oposição à participação da CNT/FAI no governo republicano e que o triunfo da guerra revolucionária contra o franquismo só poderia acontecer através de uma estratégia combinada de apoio ativo às lutas de libertação e guerras coloniais no norte da África e demais países árabes, especificamente à rebelião anticolonial pan-islâmica no Marrocos, e uma guerra de guerrilhas capaz de vencer tanto o fascismo quanto a bolchevização no território espanhol.

E foi exatamente no Marrocos colonizado de onde as tropas franquistas conseguiram se reagrupar, operar e vencer a guerra com apoio das potências nazifascistas, impondo uma das maiores derrotas aos povos do mundo na história.

Berneri, que se tornou mártir de guerra, assassinado por traidores comunistas, foi um intelectual de primeira linha que também escreveu um tratado sobre a distopia nazista e a despeito da sua má interpretação da proposta da Plataforma Organizacional de Makhno e Arshinov, se situava politicamente entre uma posição crítica ao colaboracionismo da direção da CNT/FAI e a defesa consequente e intransigente da revolução pelo grupo Amigos de Durruti, conseguindo sintetizar em suas reflexões da guerra e aguçada capacidade de crítica e autocrítica, que seria a traição da direção da CNT/FAI somada à incompreensão do anarquismo sobre as lutas anticoloniais, a necessária defesa e apoio à libertação dos povos colonizados, que levariam à derrota mais pesada da história para o anarquismo, seu último suspiro de massas e possibilidade de realização em grande escala da utopia socialista e libertária.

 

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Uma das maiores derrotas da história tanto para proletariado e os povos do mundo, quanto possivelmente, a maior de todas para o anarquismo internacional e o programa revolucionário socialista e autogestionário.

Entre os debates travados durante a guerra e a revolução na Espanha e a disputa entres as diferentes posições anarquistas sobre o processo revolucionário, Camilo Berneri, intelectual e militante que comandou o destacamento internacional de anarquistas italianos que ficou conhecido como Batalhão da Morte, ou Batalhão Malatesta, pontuava em uma carta aberta dirigida à então ministra Federica Montseny sua oposição à participação da CNT/FAI no governo republicano e que o triunfo da guerra revolucionária contra o franquismo só poderia acontecer através de uma estratégia combinada de apoio ativo às lutas de libertação e guerras coloniais no norte da África e demais países árabes, especificamente à rebelião anticolonial pan-islâmica no Marrocos, e uma guerra de guerrilhas capaz de vencer tanto o fascismo quanto a bolchevização no território espanhol.

E foi exatamente no Marrocos colonizado de onde as tropas franquistas conseguiram se reagrupar, operar e vencer a guerra com apoio das potências nazifascistas, impondo uma das maiores derrotas aos povos do mundo na história.

Berneri, que se tornou mártir de guerra, assassinado por traidores comunistas, foi um intelectual de primeira linha que também escreveu um tratado sobre a distopia nazista e a despeito da sua má interpretação da proposta da Plataforma Organizacional de Makhno e Arshinov, se situava politicamente entre uma posição crítica ao colaboracionismo da direção da CNT/FAI e a defesa consequente e intransigente da revolução pelo grupo Amigos de Durruti, conseguindo sintetizar em suas reflexões da guerra e aguçada capacidade de crítica e autocrítica, que seria a traição da direção da CNT/FAI somada à incompreensão do anarquismo sobre as lutas anticoloniais, a necessária defesa e apoio à libertação dos povos colonizados, que levariam à derrota mais pesada da história para o anarquismo, seu último suspiro de massas e possibilidade de realização em grande escala da utopia socialista e libertária.

 

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