Em Minas

Quem toma o pequeno volume do livro Em Minas de Carlos de Laet pode fazer duas perguntas. A primeira refere-se ao porquê de Darcy Ribeiro ter selecionado este livro para fazer parte da Biblioteca Básica de Brasil, e a segunda, quem foi Carlos de Laet e qual sua importância no cenário intelectual brasileiro.

São essas duas perguntas combinadas que servirão de guia para essa aproximação.
Deixando de lado o que comumente nos afasta daqueles que não conhecemos, que seria o perfil conservador e católico de Carlos de Laet, sobressai nele a erudição de um homem dedicado aos estudos e voltado para a educação. Sua trajetória mistura o jornalismo e o ensino, mesmo que tenha também obtido o título de engenheiro-geógrafo na Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
Nascido em 1847, viveu toda a euforia do reinado de D. Pedro II e se transformou num defensor ferrenho do imperador.
Atuou como deputado no Império e como professor no Colégio Pedro II, do qual foi primeiro demitido por ter lutado para que, com a República, o nome permanecesse o mesmo e não fosse denominado Ginásio Nacional. Perdeu a luta, mas a sua demissão
foi transformada em aposentadoria. Mais tarde, durante a presidência de Wenceslau Brás, voltou ao seu cargo de professor no Colégio Pedro II, sendo inclusive seu diretor.
Como intelectual carioca reconhecido, foi incorporado ao grupo que fundou a Academia Brasileira de Letras, sendo seu presidente entre 1919 e 1922. Espírito combativo, enfrentou várias polêmicas. Na chamada Polêmica Célebre, enfrentou Camilo Castelo Branco num debate sobre a língua portuguesa cuja temática envolveu a questão de a língua falada no Brasil ser um dialeto do português.
Esse seu traço duro perde-se um pouco quando olhamos para os critérios que adotava nas suas críticas e o respeito que tinha pelas diferenças. Sua palavra era radical, mas possuía uma poesia que fazia com que suas falas se fizessem ouvir de maneira mais palatável, especialmente pela qualidade de seus argumentos. Quando João do Rio faleceu, em 1921, escreveu um texto de homenagem que revelava esse espírito de abertura para palavras inteligentes.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Em Minas

Quem toma o pequeno volume do livro Em Minas de Carlos de Laet pode fazer duas perguntas. A primeira refere-se ao porquê de Darcy Ribeiro ter selecionado este livro para fazer parte da Biblioteca Básica de Brasil, e a segunda, quem foi Carlos de Laet e qual sua importância no cenário intelectual brasileiro. São essas duas perguntas combinadas que servirão de guia para essa aproximação.
Deixando de lado o que comumente nos afasta daqueles que não conhecemos, que seria o perfil conservador e católico de Carlos de Laet, sobressai nele a erudição de um homem dedicado aos estudos e voltado para a educação. Sua trajetória mistura o jornalismo e o ensino, mesmo que tenha também obtido o título de engenheiro-geógrafo na Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
Nascido em 1847, viveu toda a euforia do reinado de D. Pedro II e se transformou num defensor ferrenho do imperador.
Atuou como deputado no Império e como professor no Colégio Pedro II, do qual foi primeiro demitido por ter lutado para que, com a República, o nome permanecesse o mesmo e não fosse denominado Ginásio Nacional. Perdeu a luta, mas a sua demissão
foi transformada em aposentadoria. Mais tarde, durante a presidência de Wenceslau Brás, voltou ao seu cargo de professor no Colégio Pedro II, sendo inclusive seu diretor.
Como intelectual carioca reconhecido, foi incorporado ao grupo que fundou a Academia Brasileira de Letras, sendo seu presidente entre 1919 e 1922. Espírito combativo, enfrentou várias polêmicas. Na chamada Polêmica Célebre, enfrentou Camilo Castelo Branco num debate sobre a língua portuguesa cuja temática envolveu a questão de a língua falada no Brasil ser um dialeto do português.
Esse seu traço duro perde-se um pouco quando olhamos para os critérios que adotava nas suas críticas e o respeito que tinha pelas diferenças. Sua palavra era radical, mas possuía uma poesia que fazia com que suas falas se fizessem ouvir de maneira mais palatável, especialmente pela qualidade de seus argumentos. Quando João do Rio faleceu, em 1921, escreveu um texto de homenagem que revelava esse espírito de abertura para palavras inteligentes.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog