O Olho Suspenso Do Novecento

Benjamim Picado - O Olho Suspenso Do Novecento: Plasticidade E Discursividade Visual No Fotojornalismo Moderno
Poucos pesquisadores brasileiros têm se dedicado tanto a investigar a expressividade fotográfica, no campo da Comunicação, quanto Benjamim Picado.
E menos ainda com o empenho e rigor teórico e metodológico que esta obra apresenta. A começar pela decisão, fundamentalmente estratégica, de privilegiar a análise da produção fotojornalística e das formas por meio das quais estas imagens afetam seus consumidores.
No âmbito desse ensaio tais fotografias são, para seus “leitores”, não apenas “documentos”, registros, indicações, mas também, “acontecimentos” – isto é, experiências que os comovem e, a partir das quais seu sentido é elaborado e propagado.
A esta premissa, o autor acrescenta um segundo movimento, igualmente decisivo: postular para o fotojornalismo uma discursividade própria, um discurso visual – construído sobretudo a partir de valores – evitando assim a usual subordinação da imagem ao texto escrito.
Não surpreende, portanto, que a reflexão de Picado, ainda que profundamente enraizada nos temas e problemas afeitos ao campo da Comunicação, vá eleger também a História como interlocutora, inquirindo os pressupostos metodológicos desta disciplina no trato com as fotografias, em particular o status do “documento fotográfico” no repertório de fontes do historiador.
Afinal, parece ser inerente à prática do fotojornalismo a ambição – inconfessável, às vezes – de por-se a serviço não apenas da informação imediata, mas também de uma história que julgará a posteriori relevância de suas imagens.
Esse ponto de partida não significa, para o autor, elidir a ordem narrativa própria ao jornalismo e à historiografia, mas investigar exaustivamente as condições desta discursividade – o inextricável emaranhado de indexalidade e iconicidade que constitui o instantâneo fotográfico.
É do redemoinho formado por estes duas potências de significação que emerge a noção, crucial nesse ensaio, de testemunho. Uma noção que, no pensamento de Picado, jamais se restringe apenas à mirada da “testemunha ocular”, mas que é fundamentalmente passional, embebida em pathos, atravessada pelo corpo e pela memória dos gestos.

 

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Benjamim Picado – O Olho Suspenso Do Novecento: Plasticidade E Discursividade Visual No Fotojornalismo Moderno
Poucos pesquisadores brasileiros têm se dedicado tanto a investigar a expressividade fotográfica, no campo da Comunicação, quanto Benjamim Picado.
E menos ainda com o empenho e rigor teórico e metodológico que esta obra apresenta. A começar pela decisão, fundamentalmente estratégica, de privilegiar a análise da produção fotojornalística e das formas por meio das quais estas imagens afetam seus consumidores.
No âmbito desse ensaio tais fotografias são, para seus “leitores”, não apenas “documentos”, registros, indicações, mas também, “acontecimentos” – isto é, experiências que os comovem e, a partir das quais seu sentido é elaborado e propagado.
A esta premissa, o autor acrescenta um segundo movimento, igualmente decisivo: postular para o fotojornalismo uma discursividade própria, um discurso visual – construído sobretudo a partir de valores – evitando assim a usual subordinação da imagem ao texto escrito.
Não surpreende, portanto, que a reflexão de Picado, ainda que profundamente enraizada nos temas e problemas afeitos ao campo da Comunicação, vá eleger também a História como interlocutora, inquirindo os pressupostos metodológicos desta disciplina no trato com as fotografias, em particular o status do “documento fotográfico” no repertório de fontes do historiador.
Afinal, parece ser inerente à prática do fotojornalismo a ambição – inconfessável, às vezes – de por-se a serviço não apenas da informação imediata, mas também de uma história que julgará a posteriori relevância de suas imagens.
Esse ponto de partida não significa, para o autor, elidir a ordem narrativa própria ao jornalismo e à historiografia, mas investigar exaustivamente as condições desta discursividade – o inextricável emaranhado de indexalidade e iconicidade que constitui o instantâneo fotográfico.
É do redemoinho formado por estes duas potências de significação que emerge a noção, crucial nesse ensaio, de testemunho. Uma noção que, no pensamento de Picado, jamais se restringe apenas à mirada da “testemunha ocular”, mas que é fundamentalmente passional, embebida em pathos, atravessada pelo corpo e pela memória dos gestos.

 

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