Trabalhadoras Domésticas

A experiência do professor Flávio Romero Guimarães no campo acadêmico vai da área da Saúde ao Direito, passando pelas Políticas Públicas e Ciências Sociais, amadurecida, ainda mais, pelo trânsito na gestão pública em várias situações, seja como Secretário de Educação, seja no âmbito universitário como vice-Reitor da Universidade Estadual da Paraíba.

Tal leque de vivências lhe credenciou para a elaboração de um pensamento, por natureza, interdisciplinar. Isto fica evidente no caminho que trilhou para abordar a questão do trabalho doméstico, com ênfase à questão da invisibilidade social e o caso da desigualdade, próprias ao universo das trabalhadoras desse setor no Brasil.

É possível identificar quatro pilares que fundamentam a pesquisa e o texto como um todo. O primeiro, e mais importante, sem dúvidas, consiste na preocupação de ordem antropológica a partir da qual a trabalhadora doméstica se insere no mercado de trabalho brasileiro.

Significa afirmar que, segundo o estudo do professor Flávio Romero, o que nós temos neste espaço resulta de uma herança do modus operandi particular ao servilismo típico de nossa formação escravocrata.

Neste sentido, falar de trabalho doméstico, no Brasil, é uma espécie de identificação de continuidades com esse passado que, ao que parece, teima em não se desligar de nossas relações mais comezinhas.

A preocupação antropológica dá margem para outro profundo debate a respeito dos direitos humanos e fundamentais.

Neste segundo pilar, pode-se perceber, mediante dados quantitativos e reflexão apropriada, que o Brasil possui o maior número de empregadas domésticas do mundo, cujo trabalho se caracteriza pela baixa remuneração, em muitos casos abaixo do salário-mínimo, além de precárias condições de trabalho, assédio sexual e diversas outras formas de exploração.

O foco antropológico sobre a formação do Brasil e o destaque sobre os direitos humanos e fundamentais deram margem para outra sensibilidade investigativa, notadamente a que diz respeito a preocupações sobre gênero e raça, tendo em vista a constatação empírica de que a quase totalidade da categoria é formada por mulheres de maioria negra.

No quarto eixo que sustenta o livro, vê-se o cuidado com a pesquisa empírica. Os dados obtidos sinalizam a capacidade de sindicalização das trabalhadoras e de suas dificuldades, no que se refere a baixa escolaridade e a precarização do trabalho, ainda muito definido no plano informal.

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-aplique-se-branca/

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Tal leque de vivências lhe credenciou para a elaboração de um pensamento, por natureza, interdisciplinar. Isto fica evidente no caminho que trilhou para abordar a questão do trabalho doméstico, com ênfase à questão da invisibilidade social e o caso da desigualdade, próprias ao universo das trabalhadoras desse setor no Brasil.

É possível identificar quatro pilares que fundamentam a pesquisa e o texto como um todo. O primeiro, e mais importante, sem dúvidas, consiste na preocupação de ordem antropológica a partir da qual a trabalhadora doméstica se insere no mercado de trabalho brasileiro.

Significa afirmar que, segundo o estudo do professor Flávio Romero, o que nós temos neste espaço resulta de uma herança do modus operandi particular ao servilismo típico de nossa formação escravocrata.

Neste sentido, falar de trabalho doméstico, no Brasil, é uma espécie de identificação de continuidades com esse passado que, ao que parece, teima em não se desligar de nossas relações mais comezinhas.

A preocupação antropológica dá margem para outro profundo debate a respeito dos direitos humanos e fundamentais.

Neste segundo pilar, pode-se perceber, mediante dados quantitativos e reflexão apropriada, que o Brasil possui o maior número de empregadas domésticas do mundo, cujo trabalho se caracteriza pela baixa remuneração, em muitos casos abaixo do salário-mínimo, além de precárias condições de trabalho, assédio sexual e diversas outras formas de exploração.

O foco antropológico sobre a formação do Brasil e o destaque sobre os direitos humanos e fundamentais deram margem para outra sensibilidade investigativa, notadamente a que diz respeito a preocupações sobre gênero e raça, tendo em vista a constatação empírica de que a quase totalidade da categoria é formada por mulheres de maioria negra.

No quarto eixo que sustenta o livro, vê-se o cuidado com a pesquisa empírica. Os dados obtidos sinalizam a capacidade de sindicalização das trabalhadoras e de suas dificuldades, no que se refere a baixa escolaridade e a precarização do trabalho, ainda muito definido no plano informal.

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