Farinha, Madeiras E Cabotagem

Marcelo Henrique Dias - Farinha, Madeiras E Cabotagem: A Capitania De Ilhéus No Antigo Sistema Colonial
O trabalho de Marcelo Henrique Dias é uma pesquisa de fôlego e consistente.
O título não podia ser mais apropriado: Farinha, Madeiras E Cabotagem: A Capitania De Ilhéus No Antigo Sistema Colonial.


A escolha do conceito de antigo sistema colonial, inspirado na definição de José Roberto do Amaral Lapa, permitiu o escopo teórico de sua tese, de interdependência, de funcionalidade na instalação e consolidação dos sistemas agrários regionais no conjunto da economia colonial.
Abrange o início do povoamento da capitania até o início do século XIX, portanto, analisa a região na longa duração, fato hoje raro em estudos históricos; estabelece as estruturas fundiárias, escravistas e produtivas que moldaram muitas áreas tidas antes como estagnadas por não terem conseguido se tornar agroexportadora, como era o caso de Ilhéus na historiografia tradicional; conseguiu demonstrar a instalação da diversidade da produção ou atividade extrativista local (farinha, madeira de construção e de pau-brasil, artesanato, zimbo etc.) direcionada para o abastecimento não só da área agroexportadora de Salvador, como para os mercados europeu e africano, respondendo a estímulos políticos metropolitanos; estabeleceu as disputas das elites regionais na configuração do modelo econômico.
Marcelo desenvolve uma linha de pesquisa ligada a uma temática hoje clássica, a História Agrária.
Há décadas atrás, sob a influência de uma grande historiadora, a professora Maria Yedda Leite Linhares, parte significativa de uma geração empenhou-se em pesquisar regiões de pequenas produções escravistas e ligadas ao abastecimento interno, temas impensáveis quando vigia a ótica da ausência de um mercado interno colonial.
Metodologicamente, utilizavam-se fontes variadas e em série, seja para o período colonial ou imperial do Brasil. Esses trabalhos deram frutos.
A economia agroexportadora escravista passou a ser analisada como um grande complexo, em que diversas áreas se colocavam como fundamentais para o funcionamento do antigo sistema colonial, através de redes comerciais e de crédito.
A fundamentação dessa afirmação, entretanto, carecia de pesquisas apropriadas para regiões da grande lavoura colonial, como era o caso da Bahia. Marcelo conseguiu demonstrar clara e empiricamente o peso das áreas de abastecimento, antes consideradas inexpressivas, como cruciais no complexo regional e colonial.

 

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Marcelo Henrique Dias – Farinha, Madeiras E Cabotagem: A Capitania De Ilhéus No Antigo Sistema Colonial
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O título não podia ser mais apropriado: Farinha, Madeiras E Cabotagem: A Capitania De Ilhéus No Antigo Sistema Colonial.
A escolha do conceito de antigo sistema colonial, inspirado na definição de José Roberto do Amaral Lapa, permitiu o escopo teórico de sua tese, de interdependência, de funcionalidade na instalação e consolidação dos sistemas agrários regionais no conjunto da economia colonial.
Abrange o início do povoamento da capitania até o início do século XIX, portanto, analisa a região na longa duração, fato hoje raro em estudos históricos; estabelece as estruturas fundiárias, escravistas e produtivas que moldaram muitas áreas tidas antes como estagnadas por não terem conseguido se tornar agroexportadora, como era o caso de Ilhéus na historiografia tradicional; conseguiu demonstrar a instalação da diversidade da produção ou atividade extrativista local (farinha, madeira de construção e de pau-brasil, artesanato, zimbo etc.) direcionada para o abastecimento não só da área agroexportadora de Salvador, como para os mercados europeu e africano, respondendo a estímulos políticos metropolitanos; estabeleceu as disputas das elites regionais na configuração do modelo econômico.
Marcelo desenvolve uma linha de pesquisa ligada a uma temática hoje clássica, a História Agrária.
Há décadas atrás, sob a influência de uma grande historiadora, a professora Maria Yedda Leite Linhares, parte significativa de uma geração empenhou-se em pesquisar regiões de pequenas produções escravistas e ligadas ao abastecimento interno, temas impensáveis quando vigia a ótica da ausência de um mercado interno colonial.
Metodologicamente, utilizavam-se fontes variadas e em série, seja para o período colonial ou imperial do Brasil. Esses trabalhos deram frutos.
A economia agroexportadora escravista passou a ser analisada como um grande complexo, em que diversas áreas se colocavam como fundamentais para o funcionamento do antigo sistema colonial, através de redes comerciais e de crédito.
A fundamentação dessa afirmação, entretanto, carecia de pesquisas apropriadas para regiões da grande lavoura colonial, como era o caso da Bahia. Marcelo conseguiu demonstrar clara e empiricamente o peso das áreas de abastecimento, antes consideradas inexpressivas, como cruciais no complexo regional e colonial.

 

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