Ser Republicano No Brasil Colônia

Heloisa Starling - Ser Republicano No Brasil Colônia: A História De Uma Tradição Esquecida

Heloisa Starling investiga o ideário republicano na Colônia em torno dos conceitos de igualdade, liberdade e cidadania, com foco na Inconfidência Mineira, na Conjuração Baiana e outros momentos críticos de efervescência política anteriores à Independência.


Este ensaio de história e ciência política resgata do esquecimento o percurso das ideias de república no Brasil Colônia e a trajetória formativa da incipiente cidadania antes da Independência.

As conjurações de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, entre outras, são reinterpretadas em contraste com a República instituída pelo golpe militar de 1889, cuja essência oligárquica e excludente tem reiterado como tragédia nacional a aguda constatação de nosso primeiro historiador, profeta dos eternos desmandos na condução da res publica nativa.

"Nenhum homem nesta terra é repúblico, nela zela, ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular." Estranhamente atuais, as palavras certeiras de frei Vicente do Salvador em 1630 correspondem ao primeiro registro impresso da presença do conceito de república no Brasil.

Emanados em francês e inglês dos centros mundiais da subversão antimonárquica, os princípios republicanos abraçados pelos inconfidentes já tinham no final do século XVIII uma rica tradição no Brasil colonial.

Em Ser Republicano No Brasil Colônia, Heloisa Starling realiza uma impressionante arqueologia da recepção e das adaptações da palavra república em sua vida natural na Colônia, soterradas pelo triunfo do Império e, em seguida, do regime de 15 de novembro de 1889.

O Brasil dá, Portugal o leva, trovejava padre Vieira, em Salvador. No século XVII português, as pessoas conheciam e usavam a palavra “República”, mas não havia, no Brasil, abrigo para repúblicos — e bem público era algo a ser pilhado.

O prognóstico dos dois religiosos era idêntico: não há quem esteja disposto a priorizar o bem comum em um território onde o governo da Coroa privilegia a garantia de interesses privados, e vários particulares se empenhavam apenas na exploração das terras, cada um com a jurisdição própria sobre a faixa que lhe cabia.

Naturalmente, os dois reconheciam os acontecimentos que, no decorrer do século XVII, configuraram um projeto de colonização de natureza predatória e pouco interessado em evitar que os indivíduos se guiassem por seus próprios interesses egoístas — eles não podiam adivinhar o futuro.

 

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-eu-passarinho-borda-alca-colorida/

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Heloisa Starling – Ser Republicano No Brasil Colônia: A História De Uma Tradição Esquecida

Heloisa Starling investiga o ideário republicano na Colônia em torno dos conceitos de igualdade, liberdade e cidadania, com foco na Inconfidência Mineira, na Conjuração Baiana e outros momentos críticos de efervescência política anteriores à Independência.
Este ensaio de história e ciência política resgata do esquecimento o percurso das ideias de república no Brasil Colônia e a trajetória formativa da incipiente cidadania antes da Independência.

As conjurações de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, entre outras, são reinterpretadas em contraste com a República instituída pelo golpe militar de 1889, cuja essência oligárquica e excludente tem reiterado como tragédia nacional a aguda constatação de nosso primeiro historiador, profeta dos eternos desmandos na condução da res publica nativa.

“Nenhum homem nesta terra é repúblico, nela zela, ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular.” Estranhamente atuais, as palavras certeiras de frei Vicente do Salvador em 1630 correspondem ao primeiro registro impresso da presença do conceito de república no Brasil.

Emanados em francês e inglês dos centros mundiais da subversão antimonárquica, os princípios republicanos abraçados pelos inconfidentes já tinham no final do século XVIII uma rica tradição no Brasil colonial.

Em Ser Republicano No Brasil Colônia, Heloisa Starling realiza uma impressionante arqueologia da recepção e das adaptações da palavra república em sua vida natural na Colônia, soterradas pelo triunfo do Império e, em seguida, do regime de 15 de novembro de 1889.

O Brasil dá, Portugal o leva, trovejava padre Vieira, em Salvador. No século XVII português, as pessoas conheciam e usavam a palavra “República”, mas não havia, no Brasil, abrigo para repúblicos — e bem público era algo a ser pilhado.

O prognóstico dos dois religiosos era idêntico: não há quem esteja disposto a priorizar o bem comum em um território onde o governo da Coroa privilegia a garantia de interesses privados, e vários particulares se empenhavam apenas na exploração das terras, cada um com a jurisdição própria sobre a faixa que lhe cabia.

Naturalmente, os dois reconheciam os acontecimentos que, no decorrer do século XVII, configuraram um projeto de colonização de natureza predatória e pouco interessado em evitar que os indivíduos se guiassem por seus próprios interesses egoístas — eles não podiam adivinhar o futuro.

 

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