Dicionário Gramsciano

Dicionário Gramsciano (1926-1937) - É notável o desenvolvimento dos estudos gramscianos ao redor do mundo. Pesquisas especializadas têm sido publicadas com frequência cada vez maior, o número de pesquisadores interessados na obra de Antonio Gramsci aumenta constantemente, e seu nome tem aparecido no debate público, algumas vezes de maneira estridente.


Quando considerado globalmente, esse desenvolvimento é desigual e combinado. Sob influência da expansão dos estudos gramscianos em outros continentes, estes ganharam novo ímpeto na Itália, país que havia presenciado um substantivo declínio das pesquisa após a crise e dissolução do Partido Comunista Italiano em 1991.
Livres das amarras da política imediata, novas pesquisas começaram a ter lugar na terra natal de Gramsci. Sem a preocupação de comprovar forçosamente teses ou alinhar o autor a determinado campo do conflito político, tais estudos se mostraram mais interessados em identificar as múltiplas fontes da reflexão do autor, o momento de produção conceitual e o lugar de suas ideias em uma história intelectual. O impacto dessas novas abordagens no conhecimento de Gramsci e de sua obra são notáveis.
As ferramentas fundamentais para esse relançamento dos estudos gramscianos na Itália haviam sido criadas, entretanto, alguns anos antes. Primeiro, com a edição crítica dos Quaderni del carcere, organizada por Valentino Gerratana e publicada originalmente em 1975.
Por meio dela foi possível acessar o conjunto dos cadernos, incluindo a primeira versão das notas – denominadas pela edição de Textos A –, as quais Gramsci havia cancelado e substituído mais tarde por novas versões – Textos C.
Com a edição de Gerratana, tornava-se mais nítido o caráter provisório e inacabado da reflexão gramsciana. Mais tarde, Gianni Francioni publicou um livro fundamental, L’officina gramsciana: ipotesi sulla sttrutura dei “Quaderni del carcere”, de 1984.
Em sua monumental pesquisa, Francioni estabeleceu de modo rigoroso a data aproximada da redação por Gramsci das diferentes notas que compõem os Quaderni. Desse modo, os pesquisadores puderam restabelecer uma história interna do texto e reconstruir o ritmo do processo de produção conceitual.
De posse dessas ferramentas, alguns jovens pesquisadores (e outros nem tanto assim) atiraram-se, a partir de meados dos anos 1990, à pesquisa do ritmo do pensamento gramsciano.
Escrevendo naquele momento o balanço crítico de quase cinquenta anos de estudos gramscianos, Guido Liguori, um dos organizadores deste Dicionário Gramsciano, vislumbrava a emergência de um novo programa de investigação. Um ciclo inédito de estudos gramscianos tinha lugar, provavelmente o mais fértil até então.

 

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Dicionário Gramsciano (1926-1937) – É notável o desenvolvimento dos estudos gramscianos ao redor do mundo. Pesquisas especializadas têm sido publicadas com frequência cada vez maior, o número de pesquisadores interessados na obra de Antonio Gramsci aumenta constantemente, e seu nome tem aparecido no debate público, algumas vezes de maneira estridente.
Quando considerado globalmente, esse desenvolvimento é desigual e combinado. Sob influência da expansão dos estudos gramscianos em outros continentes, estes ganharam novo ímpeto na Itália, país que havia presenciado um substantivo declínio das pesquisa após a crise e dissolução do Partido Comunista Italiano em 1991.
Livres das amarras da política imediata, novas pesquisas começaram a ter lugar na terra natal de Gramsci. Sem a preocupação de comprovar forçosamente teses ou alinhar o autor a determinado campo do conflito político, tais estudos se mostraram mais interessados em identificar as múltiplas fontes da reflexão do autor, o momento de produção conceitual e o lugar de suas ideias em uma história intelectual. O impacto dessas novas abordagens no conhecimento de Gramsci e de sua obra são notáveis.
As ferramentas fundamentais para esse relançamento dos estudos gramscianos na Itália haviam sido criadas, entretanto, alguns anos antes. Primeiro, com a edição crítica dos Quaderni del carcere, organizada por Valentino Gerratana e publicada originalmente em 1975.
Por meio dela foi possível acessar o conjunto dos cadernos, incluindo a primeira versão das notas – denominadas pela edição de Textos A –, as quais Gramsci havia cancelado e substituído mais tarde por novas versões – Textos C.
Com a edição de Gerratana, tornava-se mais nítido o caráter provisório e inacabado da reflexão gramsciana. Mais tarde, Gianni Francioni publicou um livro fundamental, L’officina gramsciana: ipotesi sulla sttrutura dei “Quaderni del carcere”, de 1984.
Em sua monumental pesquisa, Francioni estabeleceu de modo rigoroso a data aproximada da redação por Gramsci das diferentes notas que compõem os Quaderni. Desse modo, os pesquisadores puderam restabelecer uma história interna do texto e reconstruir o ritmo do processo de produção conceitual.
De posse dessas ferramentas, alguns jovens pesquisadores (e outros nem tanto assim) atiraram-se, a partir de meados dos anos 1990, à pesquisa do ritmo do pensamento gramsciano.
Escrevendo naquele momento o balanço crítico de quase cinquenta anos de estudos gramscianos, Guido Liguori, um dos organizadores deste Dicionário Gramsciano, vislumbrava a emergência de um novo programa de investigação. Um ciclo inédito de estudos gramscianos tinha lugar, provavelmente o mais fértil até então.

 

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